tag:blogger.com,1999:blog-74977502840287378742024-03-05T18:53:09.634-03:00BLOG DO MIRGONMirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.comBlogger117125tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-23024375251221894772014-10-20T00:58:00.001-02:002014-10-20T00:58:29.595-02:00Carta de Espíritas Com Dilma<span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Reencarnacionistas que somos, nós espíritas, estudiosos e seguidores do trabalho de Allan Kardec, acreditamos que estamos nesse mundo para cumprir o propósito de progredir espiritualmente, aprimorarmo-nos como indivíduos, intelectual e emocionalmente, encarnação após encarnação, trilhando uma longa jornada rumo a existências mais perfeitas, descortinando palmo a palmo o próprio significado desse caminho. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Há os espíritas que pensam que teologia e política não se misturam. Temos a consciência de que as mazelas e crises sociais, humanitárias, ambientais e econômicas são fruto de nossas próprias imperfeições e derivadas de nossa limitação em organizarmos nossa vida coletiva de forma pacífica, democrática e fraterna, nisso concordamos. Mas temos também a consciência de que buscar somente o aprimoramento individual é de certa forma, exercitar também o egoísmo e o individualismo que não combinam com nossos objetivos mais íntimos. Nesse sentido, lembramos o professor Herculano Pires em sua obra “O Reino”: “transformar o mundo pela transformação do homem e transformar o homem pela transformação do mundo. Eis a dialética do Reino” (Pires, 1967). </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Esse processo histórico que não se esgotará em tempo visível no horizonte demanda também comprometimento e posicionamento sobre as coisas da nossa vida em sociedade. Seria contraditório falar em “humanidade” abrindo mão de pensarmos naquilo que de fato nos faz humanos: a capacidade de nos relacionarmos e convivermos como sujeitos inseridos dentro de um grande organismo que chamamos humanidade. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Se as guerras, a fome, o crime, a violência e a miséria são causadas por nossas imperfeições e por isso devemos progredir espiritualmente, também significa dizer que a formação do Estado é carregada dessas mesmas imperfeições. Ao lembrar Herculano Pires, retomamos a necessidade de que não percamos de vista que a resolução dos problemas da humanidade parte do aprimoramento individual, mas não se encerra nele. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Compreendemos que esse progresso da humanidade não é compulsório, é antes de tudo, uma decisão. É preciso que o homem deseje que a sociedade progrida para que de fato possamos fazê-lo. E não basta desejar o progresso, é preciso decidir que progresso, como e para onde vamos caminhar. Se é fato para nós que não existe involução espiritual, o mesmo não se aplica ao universo coletivo. Nesse sentido, comprometidos com um mundo melhor para nossos filhos e para nossas próximas encarnações, não podemos deixar de nos posicionar nas instâncias democráticas que nos permitem tomar partido da visão de mundo que consideramos mais próxima de nossos sonhos. Não podemos nos furtar aos mecanismos democráticos como as eleições, como se não tivéssemos aqui também, trabalhando como espíritas para tudo aquilo que nos é mais caro. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">É preciso avançar na construção coletiva levando a termo o progresso individual – e aqui vale contextualizar e materializar: é preciso avançar na formação do Estado, nas instituições públicas (leia-se humanas e coletivas) e combater fortemente os vícios de origem de nossa sociedade, que são a guerra, a violência, a miséria e a dominação do homem pelo homem. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Compreendemos que os governos Lula e Dilma colocaram o Brasil no rumo de uma visão de mundo que nos representa. Vemos na reeleição de Dilma a possibilidade de seguirmos adiante no combate à desigualdade e à miséria, no combate a toda forma de violência, no combate a toda forma de dominação do homem pelo homem, seja física, psicológica ou econômica. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Vemos na forma como estes governos conduziram nossa economia nos momentos de crise, na forma como estes governos buscaram mais igualdade e desenvolvimento a partir da distribuição de renda, na forma como o Brasil passou a investir em tecnologia e educação através de programas como o ProUni, na política externa adotada pelo Brasil na relação com os outros países do mundo, notadamente o reposicionamento com os países africanos e latino-americanos a representação daquilo que sonhamos em nossos estudos e debates espíritas. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">É por isso que declaramos nosso apoio à presidenta Dilma nessas eleições de 2014 e pedimos a reflexão e o apoio de todos aqueles que como nós, sonham com uma sociedade mais justa, um mundo mais equilibrado, uma sociedade mais saudável e uma humanidade mais feliz. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Encerramos com um recado diretamente à nossa chefe de Estado: Dilma, presidenta do Brasil, por tudo que foi feito até aqui e por tudo o que ainda pode ser feito, estamos contigo para que tenhas mais quatro anos para avançar rumo ao Brasil que sonhamos. </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Outubro de 2014 </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Mirgon Kayser Junior – mirgonkjunior@yahoo.com.br </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Newenton Rodrigues Vargas – neventon@gmail.com </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">João Afonso Filho – joaoafonso.pb@gmail.com </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">João A.V. Donha – vendrani@hotmail.com </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Ricardo de Morais Nunes – ricardomnunes1@gmail.com </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Delma Crotti – delmacrotti@gmail.com </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">João Carlos de Freitas – joaocarlos@casla.com.br </span><br style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;" /><span style="background-color: white; color: #555555; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20.0200004577637px;">Merlânio Maia – merlanio@gmail.com </span>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-13855857259485891452014-09-03T13:41:00.000-03:002014-09-03T13:41:05.969-03:00MACACO FOLCLÓRICO<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Essa semana um ex-presidente do Grêmio saiu em defesa do clube minimizando as manifestações racistas afirmando que chamar de "macaco" faz parte do folclore do futebol e que não pode ser visto como racismo. Ele está errado! Se "macaco" é um folclore do futebol, é um folclore racista. Nunca vi chamar branco de macaco - o goleiro ofendido, por exemplo, era o Aranha, um negro, não o Rogério Ceni, branco.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Existe sim uma fração da torcida do Grê<span class="text_exposed_show" style="display: inline;">mio que posiciona-se de forma racista, como há uma parcela da torcida do Internacional que posiciona-se de forma homofóbica. Faz parte de um folclore do futebol? Sim, mas por preconceitos enraizados na nossa população - e que devem ser abolidos. </span></div>
</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
O Inter é um clube homofóbico? Não, obviamente, mas a torcida acaba dando vazão aos seus instintos humanos homofóbicos - os que os possuem e na intensidade que os possuem - em decorrência da admirável e corajosa extinta torcida Coligay do Grêmio. Da mesma forma, o "macaco" na torcida do Grêmio deriva, em linhas gerais, da majoritária negritude do torcedor colorado historicamente situado de forma mais massiva entre a população mais pobre (geralmente negra).</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Hoje isso é história, a torcida do Inter é tão elitista quanto a do Grêmio, assim como a do Grêmio é tão popular quanto a do Inter. A torcida de ambos é branca e negra, hétero e homo. Ainda assim, o "folclore" permanece - e ainda que se diga que é folclore, não significa que esteja acima dos limites do respeito e da tolerância.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Todo folclore baseado na intolerância - seja racial, sexual ou de gênero - deve ser abolido e transformado em capítulos da história, não do presente.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
O debate raso de defender o clube desqualificando a vítima (o dirigente que referi no início do texto diz que "Aranha não é nenhum santo") é quase como tentar minimizar a agressão. Racismo mata, homofobia mata. Não tem nada de folclórico nisso e a gravidade do ato independe do que a vítima faz ou deixa de fazer.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Já passou da hora dos clubes assumirem uma postura mais dirigente sobre o tema e tomarem a iniciativa de varrer o preconceito dos estádios e da vida dos clubes - jogador gay, por exemplo, segue sendo um tabu... </div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Enquanto isso não passar a ser missão dos clubes, seguiremos presenciando esse tipo de triste espetáculo e vendo as instituições sendo contestadas e tomando apenas atitudes reagentes e reativas.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Para que isso ocorra, talvez o único caminho seja mesmo o da punição coletiva. Dizem que os demais torcedores não podem ser punidos pelo erro de alguns. O problema é que esses "demais torcedores" são coniventes! Não vi ninguém nos vídeos mandando a guria calar a boca ou chamando a segurança do estádio para isso.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Combater o racismo, o machismo e a homofobia são tarefas e responsabilidades de todos nós. Espero que o Grêmio entenda isso, independente do tamanho da sua punição - e que o Internacional entenda o recado da mesma forma.</div>
</span></span>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-40295640296064429052014-06-14T13:54:00.001-03:002014-06-14T13:54:18.567-03:00Os espanhóis e os macacos brasileiros<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">Chega a ser engraçado o piti dos torcedores espanhóis nos chamando de "macacos que passam fome"... Confesso que compreendo os coitados. Imaginem que os caras vem aqui, carregam boa parte das riquezas de toda a América Latina para construir a "pujante sociedade espanhola" e suas belas cidades e, quinhentos anos depois, estão quebrados, falidos, com taxas de d</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;">esemprego recorde e a impressão de que não tem como sair do atoleiro tão cedo... </span></div>
<span class="text_exposed_show" style="background-color: white; display: inline;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><br /></span></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Vir à ex-colônia disputar a Copa do Mundo com a sua seleção que hoje é um dos poucos orgulhos que a Espanha sustenta para o mundo, tomar um laço já na primeira partida e ainda ver os ex-dominados chacoteando em favor da Holanda deve ter sido demais, quebrado tudo por dentro.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Enquanto isso, nós, parte das colônias, os subdesenvolvidos macacos que passam fome desfilamos em meio à crise como os Pinguins de Madagascar: "sorrindo e acenando"... Não sei o que esses espanhóis consideram como passar fome, mas nossas miseráveis mesas tem andado nos últimos anos muito mais apetitosas do que o "caldo de meia" que a população anda tomando por lá.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Por questões humanitárias, visto o desespero que já anda destemperando até mesmo a lucidez dos viventes, talvez eu passe a defender o perdão da dívida histórica que essa turma tem conosco - até porque no quadro atual, se formos de fato cobrar tudo o que roubaram daqui, terão que penhorar até a coroa do "novo-rei" Felipe de Borbón. E não queremos isso, principalmente porque quando penhorarem a coroa, significa que já terão tirado os dedos da população. Porque o velho ditado vale para os anéis, não para a orgulhosa coroa.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
E mesmo que já nos devam até as cuecas, saibam os espanhóis que esses macacos aqui que passam fome são também solidários e hospitaleiros e se a coisa pesar demais por lá, nos mobilizaremos para arrecadar alimentos e cobertores enquanto seus dirigentes fazem um curso intensivo de como transformar um país de joelhos em uma nação orgulhosa. Já estivemos nessa situação.</div>
</span><div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="color: #37404e; font-family: Helvetica, Arial, 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 14px; line-height: 20px;"><div style="text-align: justify;">
Minha solidariedade!</div>
</span></span>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-18599156223475652482014-05-19T17:44:00.000-03:002014-05-19T17:44:45.805-03:00LICENÇA IDEOLÓGICA<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Todo mundo, em algum
momento da vida já precisou de uma licença, seja médica, seja para
resolver problemas pessoais ou, eventualmente, para tocar alguns
projetos. Não é exatamente uma novidade nos afastarmos
temporariamente de determinadas atribuições para assumirmos outras.
A única licença que não é possível, é a licença ideológica.
Não é possível tirar uma licença cujo conteúdo significa “dar
um tempo nas minhas convicções”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O caso que envolve os
petistas convidados a assumir a Procempa é exatamente sobre isso. O
PT de Porto Alegre compreende que a gestão em curso na prefeitura de
Porto Alegre desde 2005 é equivocada sob o ponto de vista da
construção permanente da cidade. Essa é a razão para fazermos
oposição ao governo municipal. Temos uma outra compreensão sobre
como a cidade deveria ser administrada – e é nosso dever não
apenas partidário, mas cidadão, apresentar alternativas para a
cidade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Apresentar alternativas
é algo completamente diferente de ingressar no governo. Apresentar
alternativas significa fazer uso da nossa bancada de vereadores,
eleita pela população, para travar o correto debate com o poder
executivo sobre os rumos da cidade. Ingressar no governo, nos termos
em que as coisas foram construídas nos últimos anos e sem que
nenhum movimento por parte de Fortunati tenha sido feito para
demonstrar uma alteração de rumos, é justamente abdicar das
convicções que possuímos de que o governo que aí está atrasa o
desenvolvimento da cidade e compromete seu futuro nos curto e médio
prazos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Há quem diga que a
decisão por parte desses petistas em ingressar na direção da
Procempa não é, necessariamente, a participação do partido, mas a
participação de indivíduos e que se for o caso, licenciar-se do PT
pode ser uma forma de deixar isso suficientemente evidente.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
É aí que retorno ao
início do texto: não existe licença ideológica. Um sujeito não
pode abdicar das coisas que pensa. Ninguém é obrigado a fazer parte
de um partido político – e quem opta por fazer deve fazê-lo por
convicção ideológica e espírito coletivo. Isso significa que
acreditamos na construção de uma sociedade sob determinadas
premissas e que queremos nos unir a outras pessoas cujos pensamentos
sejam aproximados.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Em qualquer momento da
vida é possível rever a conjuntura e descobrir que, ou estava-se
errado ou a conjuntura pede um novo posicionamento. De um novo
posicionamento conjuntural e histórico nasceu o Partido dos
Trabalhadores. Não há nada de extraordinário no fato de que,
eventualmente, pessoas mudem suas perspectivas e compreendam que já
não devem mais fazer parte de suas fileiras. O que existe de
extraordinário é que se compreenda possível haver formas de
licenciar-se temporariamente de um partido político. Seria como dito
no início, “dar um tempo nas convicções”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Se fazer parte de um
partido é a forma como encontramos de dar corpo coletivo à
construção de uma nova sociedade, isso também significa ter
responsabilidade coletiva e respeitar esse corpo. O conjunto de
filiados e filiadas do PT posicionou-se – e reafirmou esse
posicionamento ao longo desses últimos 9 anos – como uma força de
oposição ao governo municipal. Não há problema no fato de alguns
elementos desse conjunto pensarem diferente quanto a isso. Mas há
que se tomar uma decisão: respeita-se a construção democrática do
partido ou opta-se pela saída. É uma questão de coerência
pessoal, inclusive. Como posso fazer parte de um partido com o qual
discordo a ponto de pensar em uma “licença ideológica”?
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
A disciplina partidária
é a expressão do respeito à síntese coletiva e democrática que
carrega, também, as minhas teses. Quando o conflito de ideias
torna-se inconciliável, o caminho é o da ruptura natural e a
desfiliação, seja ela uma iniciativa dos indivíduos ou do próprio
partido. É da natureza das relações humanas. Não posso me
licenciar das minhas amizades, da minha família ou de minhas
convicções. Elas existem, ou não existem. Não há licença
ideológica.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-21829938238780787492014-01-13T21:39:00.000-02:002014-01-13T21:39:10.742-02:00DEMOCRACIA EM TEMPOS DE ATIVISMO DIGITAL<i><span style="font-size: x-small;">Texto escrito por Mirgon Kayser, Assessor de Marketing na Fundação Cultural Piratini – TVE e FM Cultura, como contribuição ao caderno de textos do Curso de Extensão em Governança, Tecnologia da Informação e Comunicação na Administração Pública da Rede Escola de Governo, do Governo do Estado do RS, através da FDRH, em parceria com a Unisinos.</span></i><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDnso-dY02BdHdjJ4eH6bCSeu6pDQqqb6KqofH1LJ4tk6989VrDIxCNvdDVItGnw0Dkui_fjrriIfgDwRxHPtShwjHQ0Nd-ar0r21fSi9z-ejjCZAfLwL6reXdn-OhbaeV04OlicazE5R/s1600/DSCF3970.JPG" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPDnso-dY02BdHdjJ4eH6bCSeu6pDQqqb6KqofH1LJ4tk6989VrDIxCNvdDVItGnw0Dkui_fjrriIfgDwRxHPtShwjHQ0Nd-ar0r21fSi9z-ejjCZAfLwL6reXdn-OhbaeV04OlicazE5R/s320/DSCF3970.JPG" width="320" /></a></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Tenho
visto algumas discussões acaloradas entre os que defendem que a
internet encerra a necessidade da democracia representativa e os que
defendem que a internet não tem mais a oferecer do que permitir que
os governos façam “consultas” que ao fim e ao cabo não passam
de enquetes oficiais, sem agregar mais do que isso ao processo
democrático.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">O
fato é que realmente a internet não irá acabar com a democracia
representativa, entretanto está anos-luz a frente desse conceito de
“enquetes oficiais” apresentado pelos que defendem que a
democracia somente se faz “olho no olho”.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Em
primeiro lugar é preciso resgatar a definição clássica da
democracia, poder do povo (“demos” = povo, “kratos” = poder),
bem como a forma como acontecia na Grécia Antiga: o poder do povo
era exercido através de assembleias populares que reuniam todos os
que eram considerados cidadãos (haviam exceções, como mulheres e
escravos, o que não cabe aprofundar aqui).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">A
democracia moderna, surgida no século XVIII, trouxe novos conceitos
sobre a organização democrática. Evidentemente que o modelo
encontrado pelos gregos (e que pelo tamanho das cidades permitia
grandes “assembleias gerais de cidadãos”) já não poderia ser
cogitado. Hoje, em pleno século XXI, tendo em vista o tamanho das
cidades de porte médio (nem precisam ser citados os grandes centros
urbanos e estados federais), imaginar a democracia direta parece algo
para o campo dos sonhos, a seara da utopia, certo? Errado.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Se
a internet de fato não irá acabar com a democracia representativa,
é bem verdade que as novas tecnologias já nos permitem experimentar
dispositivos participativos que nada mais são do que mecanismos de
democracia direta. E a tendência é que vejamos isso aprofundar-se
cada vez mais.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Se
Porto Alegre legou ao mundo nos anos 90 o Orçamento Participativo
como uma experiência de democracia direta em um modelo muito próximo
aos conceitos da democracia clássica, o Rio Grande do Sul da década
de 10 do século XXI está legando ao Brasil o Gabinete Digital como
uma experiência de resgate da democracia direta valendo-se
largamente do casamento entre a velha utopia e as infinitas portas
abertas pelas novas tecnologias.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Respeito
a posição de alguns intelectuais que afirmam que o computador
empobrece as relações humanas e que por isso é daninho a
democracia. Respeito, mas não concordo. Essa é uma visão bastante
limitada e preconceituosa. Limitada porque não percebe que a
internet aproxima os distantes (e não afasta os próximos, como
equivocadamente afirmam). Preconceituosa porque criam teses sobre
aquilo que desconhecem.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Não
há dúvidas de que a democracia direta é muito mais próxima do
conceito ideal de “poder do povo” do que a democracia indireta,
uma adaptação da democracia clássica para que a democracia pudesse
ser aplicável na sociedade pós-século XVIII.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Lembro
de ter ouvido vereadores de Porto Alegre nos anos 90 reclamando que o
Orçamento Participativo era uma afronta ao parlamento municipal,
pois retirava do legislativo da cidade uma de suas principais
prerrogativas, que era justamente definir o orçamento municipal.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Os
poderes representativos não são fins em si próprios, portanto, se
fosse verdade mesmo que um mecanismo como o OP superava e tornava sem
sentido o legislativo municipal, então que fosse. Afinal de contas,
os poderes servem para organizar a sociedade e não a sociedade que
se organiza para que os poderes possam existir. Não estamos
proibidos de construir estruturas democráticas que superem velhas
estruturas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Acontece
que não se trata de nada disso. Nenhum mecanismo de democracia
direta ameaça qualquer um dos poderes constituídos no Estado. Pelo
contrário, o que de fato acontece é a participação maior da
sociedade, não apenas fiscalizando, mas debatendo, propondo,
questionando e auxiliando portanto, legitimando o trabalho realizado
pelos representantes nos poderes da democracia indireta.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">O
século XXI abre novas perspectivas na relação entre a democracia
indireta e a direta. Antes a democracia estava limitada pela
capacidade de “força-bruta” do país. Eleições, referendos,
consultas... O próprio Orçamento Participativo demandava intensa
força-bruta para que pudesse ser realizado.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Entendam
força-bruta como a necessidade de mobilizarmos deslocamentos de
pessoas em massa até um determinado local, estrutura de ambiente(s)
para receber esses contingentes, recursos financeiros de grande monta
para tornar tudo isso possível e etc... Isso tudo, é claro, sem
esquecer das próprias pessoas que precisam ser convencidas a sair de
casa e participar do processo (inclusive em eleições com voto
obrigatório).</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">A
biometria pode ser o caminho para que as pessoas não sejam excluídas
do processo eleitoral pelo simples fato de não estarem nas suas
cidades no dia da votação, já que um banco de dados conectado à
internet e um sistema de reconhecimento biométrico pode garantir a
segurança e a lisura da eleição e ao mesmo tempo permitir que um
porto alegrense em viagem ao Amazonas possa votar em qualquer urna de
Manaus. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">As
ferramentas que o Gabinete Digital disponibiliza para a população
através da internet garantem que a população possa não apenas
votar numa consulta como sugerem os que desconhecem a internet mais a
fundo, mas também opinar, dar ideias, propor, discutir, questionar e
dialogar com o agente máximo do poder executivo do RS, o governador.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">A
Lei de Acesso à Informação coloca nas mãos da população
quaisquer informações referentes aos poderes públicos, sem a
necessidade do cidadão contar com a boa vontade deste ou daquele
governo em fornecê-las. Só isso já é uma grande coisa, mas essa é
só a ponta do iceberg. A grande notícia trazida pela Lei de Acesso
a Informação é o caráter aberto e a formatação bruta dos dados
disponibilizados. Com isso, qualquer cidadão ou entidade pode
desenvolver aplicativos que utilizem os bancos de dados do maior
detentor e produtor de informações do mundo: o poder público.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Essas
e outras dezenas de iniciativas existentes no Brasil e no mundo
fortalecem e legitimam os poderes constituídos na democracia
representativa. Por outro lado, fortalecem o protagonismo da
população, oferecendo canais e vias para o exercício da democracia
direta de forma mais completa e profunda. As duas coisas são
extremamente benéficas para o processo de constituição da nossa
sociedade: ampliar a democracia direta e fortalecer os poderes
representativos.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Acontece
que nem só de democracia oficial é feita a internet. As portas do
processo democrático escancaram-se quando abrimos a internet para
outras formas de exercício de poder pelo povo. A comunicação é
uma dessas formas. Nunca foi tão fácil para uma pessoa comum, de
qualquer classe, reclamar seus direitos de cidadão ou de consumidor.
Nunca foi tão fácil opinar sobre o que quer que seja quanto é
hoje. Basta criar um blog e minhas ideias estão tão acessíveis à
comunidade quanto os principais jornais do mundo. Fóruns de
discussão proliferam-se na mesma velocidade com que as pessoas
sentem necessidade de fazer parte de grupos de discussão sobre seja
lá o que for.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">O
que estou tentando ilustrar é que a internet e as novas tecnologias
abrem sem qualquer precedente, novas formas de exercitarmos a
democracia de formas nunca antes imaginadas – ou no máximo
sonhadas.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">É
possível construir um núcleo de debates sobre, digamos, políticas
de segurança pública, envolvendo pessoas de diversos cantos do país
com o objetivo de apresentar analises e debater o papel das nossas
polícias. Graças às novas tecnologias, esse núcleo pode reunir-se
semanalmente através de aplicações de videoconferência como se
fossem vizinhos de bairro. </span></span>
</div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">A
internet conecta pessoas. A internet reduz distâncias. A internet
economiza tempo e dinheiro. A internet potencializa as relações
humanas e eleva o ativismo político a patamares super-humanos, acima
do que cada um de nós seria capaz de fazer sem ela.</span></span></div>
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Obviamente,
a tecnologia não garante nada por si só. Pelo contrário, a
tecnologia é absolutamente neutra. Entretanto, se o desejo da
sociedade for o aprofundamento da democracia, então a internet e as
novas tecnologias são a fonte na qual temos de beber largamente.</span></span></div>
<br />
<div align="JUSTIFY" style="margin-bottom: 0.35cm;">
<span style="font-family: Verdana, serif;"><span style="font-size: x-small;">Em
tempos de ativismo digital, quem sai ganhando é a democracia.</span></span></div>
Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-79407489578586958252013-10-29T17:50:00.001-02:002013-10-29T18:30:35.666-02:00Não nos representam<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">O Mercosul possui um
parlamento próprio, semelhante ao que existe na União Europeia. O
Parlasul foi criado para que “a democracia, a liberdade e a paz
fossem asseguradas em toda a região”, além de “promover o
desenvolvimento sustentável com justiça social e respeito à
diversidade cultural”. Está nos documentos do Parlasul, que além
de tudo deve contribuir para consolidar a integração
latinoamericana, formar uma consciência coletiva e solidária entre
os países.</span></div>
<div class="" style="clear: both; text-align: left;">
<span style="text-align: justify;"><br /></span></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: justify;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUVIbKOO2_j40nrR_KMUdRcjfqgoGZmpuxGbHuvswTNTEsw53HeIHsjAyEd4CjX9IMKk4zM4vNLTgjvPWxZiYvPj1EqPnCrobXaeXyT7yw1EzbmcfmffUIq6gB2VwrpXYd8l6vaozCzGGP/s1600/parlasul.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="209" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUVIbKOO2_j40nrR_KMUdRcjfqgoGZmpuxGbHuvswTNTEsw53HeIHsjAyEd4CjX9IMKk4zM4vNLTgjvPWxZiYvPj1EqPnCrobXaeXyT7yw1EzbmcfmffUIq6gB2VwrpXYd8l6vaozCzGGP/s320/parlasul.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Sede do Parlasul - Fonte: Assessoria/Parlasul</td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O Parlasul foi criado
em 2006 com regras muito claras de representação: são os povos que
estão lá representados. Não são os governos, não são os
legislativos, não são os judiciários, mas sim o povo. Por isso, o
regimento do Parlasul determina que os seus parlamentares devem ser
eleitos através de sufrágio universal, direto e secreto. Ou seja:
brasileiros nas urnas elegendo seus representantes. Para garantir que
a representação de fato seja da população e completamente
independente de outras esferas de poder nos países de origem, os
parlamentares do Mercosul tem o exercício de seus cargos
considerados incompatíveis com o desempenho de mandatos legislativos
ou executivos nacionais.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
O Brasil possui 37
cadeiras no Parlasul. O Congresso Nacional vem, no dito popular,
"fingindo-se de morto para passar bem". A despeito do tempo
de sobra (até aqui 7 anos!) para aprovar uma legislação adequada
para esse importante fórum, o Congresso realiza um loteamento de 27
vagas do Parlasul para a Câmara dos Deputados e outras 10 para o
Senado e “estamos conversados”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Essas 37 vagas deveriam
ser preenchidas por voto popular e direto e não poderiam ser
preenchidas por deputados, senadores ou assemelhados. O regimento é
muito claro sobre isso: são funções incompatíveis. Todos os
parlamentares que atualmente compõem o Parlasul silenciosamente, são
coniventes com essa apropriação e estão tomando decisões para as
quais não foram legitimamente eleitos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Esses parlamentares não
nos representam. Nem a mim, nem a ninguém. Foram eleitos para
desempenhar uma função determinada como parlamentares no conjunto
da República, mas não para nos representar no Parlamento do
Mercosul.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
Assim, cabe perguntar
aos deputados e senadores de onde foi que tiraram a ideia de
que “designados por ato assinado pelo presidente da Mesa Diretora”
do Congresso é sinônimo para “eleição direta, secreta e
universal”.</div>
Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-8797570976123439652013-09-06T11:06:00.000-03:002013-09-06T11:19:22.693-03:00Financiamento de Campanhas Eleitorais<div style="text-align: justify;">
Ontem participei de uma coletiva do governador Tarso Genro no Palácio Piratini com blogueiros. A atividade foi um "esquenta" para a abertura do Seminário "Crise de Representação e Renovação da Democracia", que ocorre até o final do dia de hoje na Casa de Cultura Mário Quintana.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Na coletiva foi distribuído um documento com os resultados da consulta pública realizada através do Gabinete Digital cujo objetivo era compreender o que pensa a população gaúcha sobre o tema "reforma política". Afinal, se todos concordamos que a reforma política é necessária, é preciso agora compreender qual reforma política deverá ser implementada.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um dado chamou a minha atenção no relatório e foi nesse sentido que perguntei ao governador sobre os dados referentes à opinião pública sobre financiamento das campanhas eleitorais. Nada menos do que 50% defenderam financiamento privado de campanha e outros 23% defenderam o modelo atual, misto, com um pouco de financiamento público e muito financiamento privado. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Esse é um dado bastante preocupante, já que é sabido que essa é justamente uma das grandes portas da corrupção em nosso sistema político. Jargões populares sintetizam muito bem a situação: "não existe almoço grátis" e "quem paga a conta escolhe o cardápio" dizem quase tudo o que precisamos para balizar o debate sobre financiamento de campanha. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Com qual objetivo uma empresa "dá dinheiro" para um candidato a cargo eletivo? Perguntando de outro modo: o que fará um parlamentar eleito com vultosas quantias recebidas por empresas fumageiras quando for colocado em pauta um debate sobre aumento de impostos para a indústria fumageira para ajudar o financiamento de tratamento pelo SUS de câncer de pulmão e outras doenças respiratórias advindas do consumo de cigarro?</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Indo mais além: existe financiamento privado de campanha ou ele nada mais é do que financiamento público com intermediário? Quem paga a contribuição, por exemplo, de empresas de telefonia à candidatos e partidos? Obviamente, que o dinheiro virá da única fonte de financiamento da empresa que é o dinheiro da população ao utilizar o telefone. Evidentemente que ao absorver essas contribuições, os valores serão repassados à população na composição dos preços. No final das contas, quem financia as campanhas é a população, seja o modelo público ou privado. A diferença é que o modelo privado é muito pior e mais agressivo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando empresas financiam a democracia, esta deixa de existir. Não há democracia, um governo do povo, quando quem determina o financiamento do jogo democrático não é o próprio povo.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Dentro desse contexto, a resposta de Tarso foi a de que a pergunta da consulta não foi a mais correta. Segundo Tarso, a pergunta deveria ter sido "você concorda que empresas financiem campanhas?", o que, para ele, teria sido decisivo para que o resultado fosse diferente. Tendo a concordar com o governador, já que muita gente que defende financiamento privado é contra a participação de empresas, defendendo que o financiamento privado deve ser feito através de CPF e com limite de valores por contribuinte.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Vou um pouco mais além e considero que mesmo nesse cenário de questionar exclusivamente a participação de empresas no financiamento, ainda demanda um longo amadurecimento de debates públicos para que a população possa apropriar-se dos elementos envolvidos na questão. Não tenho certeza que esteja claro para o conjunto da população, por exemplo, que os recursos injetados pelas empresas não são divididos entre todos os candidatos. Se pegarmos o comportamento da mídia no controle dos gastos de campanha, são computados o tempo todo dados sobre quanto candidato A ou B gastou, mas raramente vemos ranqueamentos sobre quanto o candidato A ou B arrecadou, ou quem são os maiores financiadores de A ou B, ou para que candidatos as grandes empresas doaram e para quem não doaram.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Isso pode gerar a falsa impressão de que empresas doam, o dinheiro é repartido "hermanamente" e depois candidato A ou B gasta mais ou menos e fica com mais ou menos dívida. Essa impressão equivocada poderia levar ao mesmo resultado com relação à opinião da população.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Ainda assim, tenho dúvidas sobre as contribuições privadas individuais, já que podemos passar a ver contribuições de campanha feitas de forma artificial, através de pressão de patrões sobre funcionários ou mesmo esquemas de repasses de recursos de caixa 2 para que pessoas façam as contribuições que antes as empresas fariam diretamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Penso que embora o debate sobre a reforma política tenha sido impulsionado de uma forma reativa aos protestos que ocorreram pelo Brasil - e a política feita de forma reativa normalmente gera resultados rasos e muitas vezes equivocados - temos que encarar o momento como a oportunidade para amadurecer e sedimentar a discussão no conjunto da população.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Um outro financiamento de campanha é necessário para que tenhamos uma outra política em nosso país. Um outro financiamento de campanha e uma outra comunicação. Para mim, esta é a agenda mais importante a se cumprir para que possamos alavancar avanços reais em nossa sociedade: 1) financiamento público de campanha e; 2) reforma da comunicação, mas esse é tema para outro momento.</div>
Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-36542002265288457642013-06-27T12:11:00.001-03:002013-06-27T12:38:26.565-03:00O POVO DETERMINA A CONSTITUINTE QUE QUISER<div style="text-align: justify;">
<span style="color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Bastou que Dilma anunciasse uma constituinte exclusiva para tratar da reforma política e as vozes conservadoras ergueram-se contrariamente, potencializada pelos mesmos veículos de comunicação tradicionalmente alinhados com o atraso em nosso país. Para eles, quem deve fazer a Reforma Política é o Congresso Nacional... Esquecem-se que fala-se em reformar o nosso sistema político a muitos anos. Lula já puxava o tema institucionalmente desde a sua eleição e as tentativas de iniciar esse processo via Congresso sempre foram barradas pela oposição - a mesma oposição que agora defende que a população não tem soberania para chamar uma constituinte exclusiva e que quem deve tratar sobre o tema é o Congresso. Façamos a leitura que quisermos, mas quem diz que a soberania popular está subordinada à Constituição não entende nada do processo - ou não o respeita, o que é ainda pior.</span></div>
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">Não é necessário haver previsão legal para se chamar um plebiscito que decida por uma constituinte específica, já que mesmo a nossa Constituição, documento máximo da nossa República, não é soberana sobre a vontade popular. </span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
</span><br />
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Nenhum documento pode dizer em que bases uma constituinte pode ser feita, uma vez que nenhum documento poderia estar acima da Constituição - e a Constituição, por sua vez, não pode regrar sobre ela mesma. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Portanto, sendo a vontade popular o exercício máximo de soberania de um povo - e sua prerrogativa decidir sobre a sua Constituição - basta que a população seja convocada e diga "queremos constituinte específica" ou "não queremos constituinte específica" para que o resultado prevaleça sobre qualquer outra documentação, inclusive dispositivos constitucionais... </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Se a população possui soberania para, a qualquer tempo, revogar a Constituição, também possui soberania para chamar uma constituinte parcial, já que o objeto subordinado não pode ser aquele que dita os limites da subordinação. Não faria nenhum sentido, a menos que a Constituição fosse fruto de geração espontânea... Como não é, está naturalmente subordinada em sua integralidade ao seu criador - tanto é que a soberania popular possui a prerrogativa de revogá-la e reconstruí-la. </span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Não existe, repito, nenhum dispositivo legal que possa subordinar a constituição - e ela mesma não pode decidir sobre si própria. Imaginem que em um momento de insanidade uma constituinte redige e aprova uma cláusula constitucional que declara o documento eterno e irrevogável e que nenhuma constituinte poderá ser chamada daquele momento em diante. Qual o valor disso? Nenhum, pois basta que a soberania popular - que está acima da Constituição - seja convocada em sua plenitude e diga que sim, haverá nova constituinte.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; color: #333333; font-family: Verdana, sans-serif; line-height: 17px;">Da mesma maneira, não existe dispositivo legal que possa impedir (já que nem mesmo a constituição pode) a soberania popular de determinar uma soberania exclusiva. </span></div>
<br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"></span><br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">É a soberania popular, e somente ela, que pode determinar se haverá constituinte exclusiva ou não, ao contrário do que as forças contrárias à reforma política desse país tentam confundir a população. </span></span><br />
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;"><br /></span></span></div>
<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">
<span style="background-color: white; color: #333333; line-height: 17px;">São os mesmos de sempre, fazendo mais do mesmo para que tudo permaneça como sempre foi.</span></span>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-30012499154275211572013-06-24T12:28:00.002-03:002013-06-24T12:28:56.266-03:00Outra geração, outra estética<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span id="yui_3_7_2_28_1372077772913_262" style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">O Partido dos Trabalhadores constituiu-se, sem dúvida, na maior experiência organizativa da esquerda mundial dentro de um contexto democrático. Da mesma forma – e por isso mesmo – o PT constituiu-se na maior ferramenta de luta disponível nas mãos da classe trabalhadora e dos movimentos sociais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Por outro lado, temos visto nos últimos anos o avançar de outras formas de participação da população, ancoradas em novas plataformas de comunicação. Essas novas plataformas alteram significativamente o papel de instituições cujos objetivos estejam no contexto da organização social.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Em outros momentos da história, os sindicatos, associações comunitárias, juvenis, estudantis, de classe, movimentos sociais e partidos políticos constituíam-se nas únicas estruturas disponíveis para que alguém pudesse incidir na política local e auxiliar na construção de novos processos e novas realidades. É dentro desse contexto que o PT constitui-se como a grande alternativa de organização da classe trabalhadora e grande aliado dos movimentos sociais. Era a era da rede social "física".<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">As contradições advindas da chegada do PT ao poder, primeiro em âmbitos municipais, culminando ao final na chegada do partido com Lula à presidência da república, institucionalizaram excessivamente o partido, burocratizaram e esvaziaram a maior parte das instâncias partidárias – sem contar aquelas que simplesmente morreram desoxigenadas, como é o caso das zonais e a grande maioria dos núcleos. Com o surgimento da internet – principalmente com a chegada da internet 2.0, a “internet social” – essa realidade foi substancialmente aprofundada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Muitos militantes encontraram na internet uma nova forma de se manifestar, aparentemente ainda mais robusta e abrangente do que as que se perdera dentro do PT. O problema dessa forma de organização é que ela fez com que essa massa crítica simplesmente deixasse de gastar energia tentando revitalizar instâncias moribundas dentro do partido – o que só sedimentou o afastamento entre base social e estrutura partidária.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Esse cenário do qual não trata-se apenas da militância do PT, mas da população de modo geral que encontrou na internet um campo aberto para a participação, o debate, a capilarização de suas ideias, não parece ter sido compreendido pelo partido - repito - burocratizado e esvaziado sob o ponto de vista de suas instâncias de participação (mas não esvaziado de militância!).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">O fato é que as novas tecnologias de comunicação potencializam muito as individualidades, uma vez que eu não é mais preciso estar subordinado a um partido para conseguir espaço e ser efetivamente ouvido e incidir – ao menos no campo das ideias – na sociedade em que se vive. Por outro lado, também potencializa muito a associação entre as pessoas e a construção coletiva de concepções, projetos e programas comuns. É uma moeda com duas faces que precisam ser compreendidas, principalmente no mecanismo de relação entre uma e outra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Dito de outra maneira, uma agremiação de qualquer tipo, seja uma associação, um veículo de comunicação ou um partido político, somente será considerado uma referência de conteúdo se ele próprio comportar-se como parte de um processo que não controla, e não como a direção que estabelece os parâmetros regentes da construção.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">O problema é que o pensador tradicional vai dizer “isso não é possível, o partido deve organizar a sociedade e virá conosco quem estiver alinhado conosco”. Esse pensamento é exatamente o que está nos distanciando cada vez mais da massa crítica do nosso país. Se o partido quiser organizar as forças progressistas do país, o partido também deve estar aberto a ser organizado pela classe trabalhadora e pelos movimentos sociais nos termos destes. Mas não é exatamente isso que fazemos? Mais ou menos... O fato é que nos organizamos segundo o que pensamos que a classe trabalhadora e os movimentos desejam. Nos organizamos esquecendo dos novos atores, essa grande massa que está construindo opiniões e incidindo na formação da opinião de outras pessoas através da internet, pessoas que tem muito a dizer e contribuir – mas que não estão, não podem ou não querem fazer parte das instâncias tradicionais do partido.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Essas pessoas vão opinar e vão construir alguma coisa – e cabe ao partido ter a responsabilidade de contribuir para que isso seja feito de forma politizada e que sirva para o alinhamento constante entre o nosso programa e os anseios da classe trabalhadora e dos movimentos sociais desse país – entenda-se movimento social como os nossos aliados tradicionais, mas também esses novos movimentos que não compreendemos ainda muito bem, mas que devemos criar as condições necessárias para o diálogo e a nossa adaptação à estética do processo, não o contrário.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">De certa forma, partidariamente nos descolamos até mesmo do que experimentamos de positivo em nossos próprios governos. O Gabinete Digital do governo Tarso Genro no RS é um excelente exemplo sobre como proporcionar formas de participação fora do escopo tradicional, um excelente exemplo sobre como adaptar-se aos meios em que as pessoas decidem que irão atuar politicamente, e canalizando essas contribuições, ao invés de gastar energia tentando convencer as pessoas à moldar-se aos meios que consideramos adequados.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Em grande medida, as forma como essas manifestações estão ocorrendo – cuja mobilização contou largamente com as redes sociais – tem muito de culpa do próprio PT em não oferecer à essa massa alternativas de contribuição esteticamente adequadas e canalizadoras dessa energia transformadora e plasmadora de uma nova sociedade, de um outro mundo que segue sendo possível. Apesar da presença de movimentos de direita que tentam apropriar-se do processo, muitas das nossas bandeiras de luta estão lá, caminhando de forma autônoma e gritando que não os representamos...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">O que precisamos ter em mente é que não dialogaremos mais com a nova massa crítica e pensante do nosso país com os mecanismos e ferramentas que deram certo nas décadas de 80 e 90. </span><span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">O que nos falta é a percepção de que um partido é uma grande rede social tradicional e, nosso desafio é oferecer aos que querem contribuir com uma outra sociedade, soluções de participação e engajamento baseadas nos novos mecanismos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 18px;"><br /></span></div>
<div style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px;">
</div>
<div class="MsoNormal" id="yui_3_7_2_28_1372077772913_261" style="font-family: verdana, helvetica, sans-serif; font-size: 16px; text-align: justify;">
<span id="yui_3_7_2_28_1372077772913_263" style="font-size: 12pt; line-height: 18px;">Então a questão é muito mais estética do que programática? Sim, é exatamente isso. O programa do partido está adequado a realidade, bem como a política de nossos governos. Obviamente, sempre pode melhorar, sempre precisará ser revisto, revisado - eventualmente desfeito e reconstruído, mas em linhas gerais é o programa certo, só que em outro tempo, outra geração, outra comunicação, outra participação, outra estética.</span></div>
Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-82488713601566519222011-03-10T20:34:00.000-03:002011-03-10T20:34:04.713-03:00PELO BEIRA-RIO DOS COLORADOS E PARA OS COLORADOS!<div style="text-align: justify;">Antes que alguém afirme tratar-se de "papo de gente que é contra a gestão", eu fui um dos milhares de colorados que acreditaram e apostaram no nome de Giovanni Luigi na presidência do Internacional - durante as eleições do Inter cheguei a utilizar, como tantos outros colorados, meu Twitter para defender sua candidatura. Não que isso qualifique a crítica... Na verdade não quer dizer absolutamente nada - mas impede que o contraponto seja feito buscando a desqualificação da crítica, transformando-a em "papo de gente que é contrária a gestão"...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Pela primeira vez falo sobre o Internacional aqui no blog - o que deve servir de ilustração para a gravidade do assunto: a reforma do estádio para a Copa 2014. Dos três caminhos possíveis, Luigi defende e força o clube a trilhar o pior de todos, ou seja, entregar a exploração do Beira-Rio para uma construtora durante 20 anos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As outras duas possibilidades seriam a reforma com recursos próprios ou buscar financiamento em entidades de crédito.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A opção de Luigi - a parceria com uma construtora - poderia ser chamado de cavalo de Tróia, não fosse tão escarrado que se trata de uma fria pesada. Não existe nem a aparência externa de uma boa idéia - além de que cheira mal, muito mal.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existem muitas questões obscuras nessa "parceria" que bem pode ganhar a alcunha de "privataria". Em primeiro lugar, existe a questão da construtora: Por que a FIFA e a CBF exigem que seja especificamente a Andrade Gutierrez? Por que Luigi entoa o cântico e defende também a Andrade Gutierrez? Será que a construtora possui relações "próximas" de Ricardo Teixeira e Luigi como possuía com Paulo Preto, aquele "arrecadador" das obras do Rodoanel de São Paulo?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O potencial do Beira-Rio pós-reforma durante os próximos 20 anos atinge conservadoramente a cifra de R$ 1 bi. Isso mesmo, 1 bilhão de reais. O valor da reforma é de R$ 250 milhões, sendo que a polêmica gira em torno de apenas R$ 100 milhões, considerando que o valor restante já possui fonte. Ou seja: Luigi quer trocar R$ 1 bilhão por R$ 100 milhões.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O plano da gestão anterior, capitaneada por Vitório Píffero, era realizar a reforma com receitas próprias - o que também não me parece uma boa opção pelo risco de quebrar o caixa e pela certa fragilização excessiva do futebol colorado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A melhor opção é o financiamento. Isso representa endividamento do clube e é o maior argumento da turma de Luigi para descartá-la. Endividamento sim, e daí? A questão não é o quanto o clube vai se endividar, mas se o endividamento poderá ser arcado pelos cofres do clube - e isso está bem claro ser possível, inclusive sem a necessidade de tocar nas receitas atualmente revertidas para o futebol do clube.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em primeiro lugar, o BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - ofereceu à todos os estádios da Copa 2014 financiamentos com juros "de pai para filho", ou seja, bem abaixo dos valores de mercado. O BNDES costuma ser bastante flexível nas negociações, afinal de contas, existe justamente para facilitar as obras de interesse nacional - caso da reforma do estádio Beira-Rio. Sendo assim, prazos de carência podem ser negociados sem grande dificuldade, permitindo que o Inter somente comece a pagar o financiamento com a obra já concluída.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">No limite, 3 anos de arrecadação do estádio já seriam suficientes para pagar o financiamento do BNDES, restando 17 anos de exploração em receitas limpas diretas no caixa do clube. Estes 20 anos de exploração do Beira-Rio - R$ 1 bilhão - representam cerca de R$ 50 milhões por ano. Para ilustrar o que esse dinheiro representa, o Internacional tem equilibrado as finanças com a venda de "um craque por ano", por cerca de metade desse valor.<br />
<br />
Manter esses R$ 50 milhões por ano nos cofres colorados não é endividamento, é INVESTIMENTO - e de relativamente curto prazo. É um investimento que "se paga" em apenas 3 anos!<br />
<br />
Realizar a obra com o financiamento do BNDES vai garantir que o Internacional não precise mais vender um Alexandre Pato após apenas uma partida como profissional para "equilibrar as finanças". Se esse aporte de R$ 50 milhões por ano fosse uma realidade hoje, talvez a dupla de ataque do Inter fosse Alexandre Pato e Nilmar! Ambos saíram do Inter por exigências de caixa do clube...<br />
<br />
A gravidade da situação é enorme. O futuro do Inter se divide em dois caminhos absolutamente diferentes. Ao entregar a exploração do estádio para a Andrade Gutierrez, o Internacional seguirá com o mesmo caixa deficitário que exige a venda de um jogador por ano, seguirá sendo o mesmo clube que forma craques sem ter o prazer de vê-los amadurecer e atingir o auge de suas carreiras no gramado colorado. Nesse caso, de que adianta o "não-endividamento"? É como o empresário que não compra máquinas para ampliar a produção porque não quer endividar-se. Na verdade é até pior que isso: É expandir o negócio abdicando de 100% dele por 20 anos. Que sentido tem isso?<br />
<br />
O outro caminho do Inter é ir atrás do financiamento que o BNDES já ofereceu e investir em seu próprio patrimônio. Ao invés de valorizar jogadores para vendê-los para a Europa, o Internacional tem, ao não entregar o seu estádio para a Andrade Gutierrez, as condições econômicas para manter seus jogadores - que só sairão por desejo do clube ou vontade própria. Mesmo que o cinto aperte um pouco no decorrer da obra, não pode ser comparado com os R$ 50 milhões anuais nos cofres do futebol!<br />
<br />
Entregar o Beira-Rio para uma construtora por 20 anos é SIM, uma privatização do estádio - sem retorno! O Inter estará trocando seu estádio, sua casa, por uma reforma que o transformará em inquilino por 20 anos. Não vale dizer que daqui a 20 anos o Inter poderá explorar a estrutura... Em primeiro lugar, daqui a 20 anos, muitas reformas precisarão ser feitas em manutenção - alguém acha que a Andrade Gutierrez fará reformas para entregar o Beira-Rio em dia? Daqui a 20 anos o Beira-Rio será novamente um estádio obsoleto em termos de conforto, tecnologias - possivelmente em termos de infraestruturas de segurança, imprensa, etc...<br />
<br />
Mas o pior mesmo é que 20 anos é uma vida - o que torna de fato, o negócio na entrega privatista do patrimônio colorado. Daqui a 20 anos eu serei quase cinquentenário, muitas crianças que estão nascendo enquanto escrevo este texto já serão pais e mães, o próprio Giovanni Luigi talvez nem mesmo esteja aqui para testemunhar o estrago de sua ação irresponsável como presidente.<br />
<br />
Essa decisão será muito cara ao Internacional. Por isso até mesmo o Conselho Deliberativo carece de suficiente legitimidade para decidir sobre algo que não poderá ser desfeito e que, seja o caminho que for, marcará 20 anos da história do clube, mas que definirá toda a história futura do Internacional pelos próximos 50 anos.<br />
<br />
O caminho correto seria que a decisão do CD fosse por um debate amplo com a base social do clube, culminando numa grande consulta ao corpo associado. Se o associado vota para eleger o presidente e os conselheiros do clube para mandatos de 2 anos, é imperativo que tenha o poder de decidir o futuro da instituição pelos próximos 20 anos.<br />
<br />
Giovanni Luigi foi eleito para presidir o Inter, mas isso não concede à direção poderes supremos em questões tão graves - mesmo que normalmente os dirigentes pensem que mandato de direção lhes outorga propriedade sobre as instituições - e isso vale para TODOS os clubes - e para seus Conselhos Deliberativos.<br />
<br />
Luigi já deu mostras de que não quer ser o presidente que perdeu a Copa no Beira-Rio, mas corre o risco de ser o presidente que privateou (não errei, não é privatizou, é privateou mesmo, de privataria) o maior patrimônio físico do Inter - um patrimônio que foi construído literalmente contando as moedas, construído na base da arrecadação "no chapéu" mesmo...<br />
<br />
Essa marca em Luigi será muito mais forte do que o risco de perder a Copa no Beira-Rio. Quando o torcedor se der conta de que perdeu seu estádio, Luigi carregará uma chaga só comparável à de Bandeira, o presidente que rebaixou o Grêmio pela primeira vez na história.<br />
<br />
Tenho esperança de que o Conselho Deliberativo do Inter tome a decisão acertada e sepulte de vez essa insanidade inexplicável de entregar o beira-Rio para a Andrade Gutierrez.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-59079868111541419722011-02-27T04:50:00.000-03:002011-02-27T04:50:13.982-03:00MARCO AURÉLIO: MACHISTA, RACISTA E COM AVERSÃO AO POBREMarco Aurélio, chargista do jornal Zero Hora, é um clássico exemplo de como uma pessoa pode ser sem graça. Fosse um ator, Marco Aurélio certamente teria seu lugar em programas como Zorra Total, digno de seu "talento" humorístico.<br />
<br />
Fosse somente o fato de Marco Aurélio exercer a profissão errada, eu não dispensaria uma única vírgula de meu tempo para tratar do assunto. Entretanto - e lamentavelmente - não é sua fraca capacidade humorística que faz com que eu escreva pela segunda vez sobre este senhor.<br />
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Algum tempo atrás publiquei um artigo sobre o machismo marcoaureliano entranhado em uma charge sobre a presidente Dilma Rousseff (<a href="http://blogdomirgon.blogspot.com/2010/11/o-humor-que-traveste-preconceitos.html">O humor que traveste preconceitos</a>). Não foi a primeira nem a última charge machista de Marco Aurélio - o homem é recorrente ao travestir seus preconceitos em piadas - e de maneira nada sutil ou disfarçada. Sua essência preconceituosa é posta em seu humor de maneira bastante explícita. Cada charge ou piada de Marco Aurélio expõe as entranhas mais profundas de seus preconceitos - e não de uma maneira expiatória, numa tentativa de expurgar e superar seus preconceitos, mas sim de maneira publicitária, como quem faz apologia à diminuição das mulheres, ao ódio racial e de classe.<br />
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Marco Aurélio volta a carga neste final de semana, na edição dominical de Zero Hora, lançando sobre nós mais uma carga de seu abjeto preconceito. A seguinte frase é publicada na generosa página inteira que o jornal concede às suas barbaridades: "Durante o Carnaval, acabam os assaltos no Rio. A maioria dos 'gatos' está nos tamborins das escolas".<br />
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O carnaval é uma festa de raiz popular e negra, uma festa entranhada nas favelas e bairros populares, não apenas no Rio de Janeiro, mas no Brasil inteiro. Marco Aurélio resume o preconceito que estigmatiza negros e pobres: são todos bandidos.<br />
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Ao manter o recorrente chargista em seu jornal, a RBS chancela suas posições machistas e racistas. Com isso, ambos tornam-se visceralmente co-responsáveis por tragédias de limpeza étnica e social que vez por outra irrompem em nosso meio. Quando um jovem como um daqueles que urinaram e picharam um morador de rua em Porto Alegre (<a href="http://blogdomirgon.blogspot.com/2010/04/vergonha-de-todos-nos.html">A vergonha de Todos Nós</a>) deparam-se com um forte incentivador à seus instintos desumanos. Para outras mentes doentias, pode servir perigosamente de estímulo miliciano: se os "gatos" estarão nos tamborins das escolas, porque não prestar um serviço social com uma bomba caseira?<br />
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Independente disso tudo, Marco Aurélio não escorregou numa piada mal colocada, infeliz. Não é o protagonista de um infeliz episódio do qual procurará esquecer e não repetir. Nada disso. Marco Aurélio é recorrente, gosta desse tipo de humor podre e, como todo chargista, assume uma posição militante em torno de algo. No caso do chargista de Zero Hora, sua militância é em prol de sedimentar suas idéias que não afastam-se muito de ideologias que enaltecem a superioridade de determinadas raças e classes sociais.<br />
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É lamentável que na terra de chargistas como Santiago, tenhamos que conviver com mediocridades perigosas e preconceituosas como Marco Aurélio.Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-69318952981623646842011-02-26T00:01:00.001-03:002011-02-26T11:06:52.134-03:00MOTORISTA ATROPELA 15 CICLISTAS EM PORTO ALEGRE - DE PROPÓSITOA barbarie demonstrou toda sua força hoje na Cidade baixa, bairro de Porto Alegre. Um motorista insano atropelou, gratuita e deliberadamente, um grupo de pelo menos 15 ciclistas na rua Luiz Afonso, esquina com a José do Patrocínio.<br />
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Segundo relatos, o motorista sentiu-se "incomodado" com o fato de ter percorrido cerca de 100 metros em velocidade reduzida, atrás dos ciclistas. Ao chegar a esquina acelerou contra o grupo de ciclistas atingindo pelo menos 15 ciclistas e fugiu do local. Para ter-se idéia da extensão da quase-tragédia, foram utilizadas nada menos do que 5 ambulâncias para socorrer os feridos.<br />
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Felizmente o motorista já foi identificado pela Brigada Militar e encontrá-lo é só questão de algumas horas - se tanto. A barbarie desse episódio beira a ficção. Hoje pela manhã, de tudo que poderia acontecer, quem de nós poderia imaginar que ao final da tarde um louco atropelaria 15 ciclistas por pura raiva?<br />
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Episódios como este falam muito sobre nós mesmos. Não vou filosofar sobre isso. Apenas deixar uma proposta de reflexão: Quantas parcelas de cada um de nós ajudaram a acelerar aquele carro?<br />
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E para que não se isentem outros culpados: ex-prefeito José Fogaça, não pense que o senhor também não acelerou aquele carro. Prefeito Fortunati, até quando Porto Alegre permanecerá sem ciclovias?Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-40582082624847724272011-02-23T22:08:00.000-03:002011-02-23T22:08:38.036-03:00TÁLIO, O PRÉ-SAL DA BAHIA<div style="text-align: justify;">Já ouviram falar de tálio? O tálio é um raríssimo metal extremamente valioso, utilizado em indústrias de alta tecnologia, como a da saúde e energia. Atualmente, sua produção só existe no Cazaquistão e na China. Mas issa situação está com os dias contatos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na Bahia, no município de Barreiras, foi encontrada uma jazida considerável deste metal. A concessionária Itaoeste encontrou aproximadamente 60 toneladas de tálio, o que representa, em valores de mercado, 360 milhões de dólares. O mundo consome aproximadamente 10 toneladas deste metal por ano, tornando o Brasil capaz de sustentar todo o consumo do metal por um período de 10 anos. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O detalhe mais importante - depois da jazida em si, é claro - é que a concessionária somente concluiu estudos em cerca de 2% da área destinada à pesquisa mineral. Os demais 98%, embora ainda desconhecidos, apresentam dados animadores, devido à provável continuidade da mineralização e o teor de tálio acima da média obtido na área correspondente aos 2% já pesquisados.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"> Se o restante da reserva contiver o mesmo teor da área já conhecida, seu valor pode chegar aos 18 bilhões de dólares. Mesmo que o teor da área reduza em 50%, ainda estaremos falando de 9 bilhões de dólares. Apesar do valor ser infinitamente menor que os valores que envolvem a camada pré-sal, essa descoberta deve atrair ao Brasil investimentos consideráveis de indústrias ligadas ao tálio, ou seja indústrias de alta tecnologia. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Isso é uma ótima notícia sob o ponto de vista do desenvolvimento brasileiro, inclusive porque deve proporcionar expansão no mercado de trabalho de alta tecnologia, um dos calcanhares de Aquiles do Brasil que, sem opções de aproveitamento, forma profissionais que acabam sendo aproveitados somente fora do país.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Não tenho informações maiores sobre os termos da concessão, mas é evidente que a exploração da reserva deverá reverter uma boa soma de recursos, tanto ao governo baiano quanto à União. Sempre uma ótima notícia em um país de economia aquecida e com tantas necessidades de investimento - em todas as áreas.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-28654544650609657352011-02-19T13:12:00.000-02:002011-02-19T13:12:39.379-02:00VIOLENCIA CONTRA A MULHER: POLICIAL REVISTADA E DEIXADA NUA POR DELEGADO<div style="text-align: justify;">Quando uma mulher sofre uma violência de qualquer natureza, o procedimento correto é procurar, imediatamente, a polícia. Mas o que fazer quando a própria polícia comete esta violência? Em São Paulo, uma policial acusada de receber propina foi algemada e teve suas roupas arrancadas por policiais HOMENS, apesar da presença de policiais femininas na delegacia - o que apenas agrava, pois mesmo ausentes, a situação possibilitaria que policiais mulheres fossem chamadas de delegacias próximas, o que exclui completamente a necessidade da revista ser feita por homens.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As imagens são absolutamente chocantes - pela brutalidade, pelo desespero, pelo desvirtuamento de homens a quem entregamos o cuidado de nossa segurança. A policial - tendo recebido propina ou não - aceita ser revistada, desde que em presença exclusiva de policiais femininas - direito que é assegurado por lei. Infelizmente, não é isso que acontece. Apesar de não se negar a colaborar, a policial é algemada e tem suas calças arrancadas por três homens e uma mulher.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O intrigante das imagens é que não se percebe o momento em que o dinheiro ( R$ 200,00) é encontrado no corpo da policial. Após deixá-la nua, o delegado Eduardo Henrique de Carvalho Filho (que aparece de vermelho no vídeo) e é um dos principais agressores, aparece com o dinheiro na mão e repete inúmeras vezes que ela está presa em flagrante, que ali estava o dinheiro. A forma com que o delegado expõe o dinheiro, o tom de sua voz e seu comportamente durante toda a gravação é, no mínimo, intrigante. Fora a clara prepotência, o abuso de poder e de força, o machismo e a vontade imperante de humilhar a policial, Eduardo Henrique demonstra regozijo na "vitória", quase como se estivesse pensando "ufa, o plano deu certo, vamos nos livrar dela".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Outro fato intrigante desta história - as imagens são de 2009 - é que a policial, mesmo com o processo ainda em andamento, já foi expulsa da corporação. Como ela pode ter sido expulsa da corporação se, pela constituição, todos são inocentes até que se prove em contrário? Como ela pode ter sido expulsa se o processo ainda não foi encerrado - portanto ainda não pode ser considerada culpada? Será que essa moça representava algum tipo de ameaça, sabia de algo que não deveria saber? Ela pode até ser culpada - o que as imagens não permitem concluir, já que o dinheiro pode nunca ter saido das mãos do delegado Eduardo Henrique - mas isso não exclui a estranheza da vontade dos envolvidos em livrar-se logo da então escrivã da Policia Civil.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existe ainda um outro fato digno de nota: A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo manteve estas imagens sob sigilo. Por que? Por que a secretaria manteve em sigilo? Talvez apenas para não haver desgaste político, mas ainda assim, atitudes contra estes agentes envolvidos deveriam ter sido tomadas - e não foram! Por que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo não tomou nenhuma medida diante das cenas brutais de ação de sua polícia? Por que nenhum processo administrativo foi aberto contra eles? Será que este procedimento é aprovado pelo governo paulista? Parece que sim... Felizmente, parece que o Ministério Público não aprova e está investigando o caso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Veja as imagens: </div><div style="text-align: justify;"><br />
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="390" src="http://www.youtube.com/embed/Bly_j-pAtb4" title="YouTube video player" width="640"></iframe><br />
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</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com68tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-35618576312675437022011-02-11T18:57:00.000-02:002011-02-11T18:57:50.621-02:00O CINISMO DOS ESTADOS UNIDOS<div style="text-align: justify;">Em pronunciamento feito após a queda de Hosni Mubarak, Barack Obama demonstra todo o cinismo e capacidade de manipular a realidade dos fatos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Os Estados Unidos não tiveram qualquer participação na queda de Mubarak. Pelo contrário, seu governo sempre pronunciou-se a favor da estabilização do governo, de reformas de mudança econômica (mas nunca falaram em mudança de governo ou reformas políticas) e ficou por aí. Agora, depois do povo derrubar Mubarack, Obama vem à público parabenizar a força do povo e defender, de forma vazia, a liberdade e a democracia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Conhecem o ditado "vão-se os anéis, ficam os dedos"? Parece que esse é o centro da estratégia dos Estados Unidos agora, com relação ao Egito. Os anéis, ou seja, o regime capitaneado por Mubarak, foi-se. Agora a energia deve ser focada na preservação dos dedos, ou seja, na preservação da parte do regime que não caiu.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando um ditador governa por 30 anos, é evidente que ele não governa sozinho. Na realidade, ele é só a expressão do poder. Muitos outros níveis e fatias do poder fragmentam-se em outras mãos. Apesar de Mubarak ter saído, a maior parte destas outras mãos permanecerão no poder - inclusive na junta militar que controlará o país até a eleição.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mubarack em pronunciamento afirmou que farão "o que for preciso para assegurar uma transição que seja aceitável ao povo egípcio e preparar o caminho para a democracia". Como assim? Eles assegurarão transição no Egito? Eles vão preparar o caminho para a democracia?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Em primeiro lugar, se os Estados Unidos apoiassem verdadeiramente a democracia no Egito, teriam se posicionado desde o início ao lado dos manifestantes. Na verdade, eu nem entendo exatamente a necessidade do Barack Obama fazer algum pronunciamento além do lançamento de uma pequena nota.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O Egito deve fazer sua transição da forma que tiver que fazer, mas de forma soberana. Cada país tem um compasso, cada país tem uma forma de se organizar, independente daquilo que pensamos sobre eles. Se os egípcios permitirem a participação dos Estados Unidos nesse processo de transição, corre-se um risco ainda maior de que o próximo governo seja formado por sobreviventes do regime Mubarak.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Antes de pensar na democracia e no bem-estar do povo egípcio, os Estados Unidos estão preocupados muito mais com o petróleo, o controle do <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Canal_de_Suez">Canal de Suez</a> e a fronteira do Egito com o campo de concentração Faixa de Gaza, onde os israelenses mantém os palestinos em cativeiro. Aliás, porque é mesmo que os Estados Unidos não interferem nesse cativeiro? Ah, sim, me lembrei! É que Israel é um importante parceiro dos Estados Unidos - e os amigos podem!</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Durante 30 anos os Estados Unidos puderam ajudar na construção de caminhos que pudessem tornar o Egito um país democrático. Não o fez por interesses próprios - controlavam Mubarak. Agora, depois que o próprio povo decidiu que já era hora de Mubarak sair, Obama vem falar no papel dos Estados Unidos na construção da democracia? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O povo egípcio mostrou que não precisa que lhes indiquem o caminho da democracia. Eles mesmo estão construindo e iluminando esse caminho.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-53369012352719256572011-02-11T14:54:00.002-02:002011-02-11T15:52:01.856-02:00VITÓRIA POPULAR: MUBARAK CAIU!<div style="text-align: justify;">O dia 11 de fevereiro de 2011 ficará marcado na história, não apenas do Egito, mas de todo o mundo. O dia 11 de fevereiro de 2011 marca a queda de uma ditadura que perdurou por 30 anos no Egito - e com a marca histórica da força popular.</div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">As imagens que são vistas da população egípcia nas ruas do Cairo impressionam pela energia que transmitem: a força da alegria da vitória desse povo heróico realmente emociona. A vitória do povo egípcio está longe ainda de ser a conquista da liberdade e, ainda mais distante, a construção da democracia. Entretanto, a queda de um regime que asfixiou o Egito por 30 anos é o primeiro passo - e que passo! - para se chegar à tão sonhada conquista de direitos civis, liberdade e democracia.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Mubarak deixa pelo menos duas viúvas de seu regime: Israel e Estados Unidos. Ambos sustentavam o regime de Hosni Mubarak no Egito - logo os Estados Unidos, que justificam suas incursões militares no mundo como uma cruzada pela liberdade e pela democracia... A queda de Mubarak, de certa forma, mostra a fragilização da influência dos Estados Unidos no mundo - e consequentemente, a fragilização de Israel, que deve boa parte de sua força política ao país norte-americano.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Além de Mubarak, o general Omar Suleiman também renunciou, decretando que, momentaneamente, um conselho militar assuma o comando do Egito. A tendência é que essa junta militar administre o país pelos próximos meses, visto que as eleições no Egito estão marcadas para setembro. O que é preciso atentar é com relação à Constituição egípcia, que, segundo analistas, determina que em caso de queda de governantes como a que aconteceu hoje, as eleições devem ser chamadas num prazo máximo de 2 meses.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Apesar dessa grande vitória da população, a guerra não está resolvida. Existe o risco, agora, de que Suleiman venha a concorrer nas próximas eleições, determinando o retorno do regime. Vale lembrar que um regime ditatorial não é composto somente pelo ditador-em-chefe. Um regime envolve ramificações em todas as estruturas e envolve um número gigantesco de pessoas - ainda mais tratando-se de uma ditadura de 30 anos - entre membros da facção política no poder e aqueles que se beneficiam, de alguma forma, das relações com os homens no poder.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Tunísia, Iêmen, agora Egito... A efervecencia desses povos pela liberdade começam a contaminar toda a região. As transmissões sobre o Egito estão censuradas no Irã - nada pode ser transmitido! Apesar da resistência dos detentores do poder, existe uma grande possibilidade de estarmos acompanhando uma mudança cultural importante no Oriente Médio. Não é possível determinar a extensão, mas já é possível perceber que esses povos já não estão mais dispostos a abdicar de suas liberdades civis e políticas.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Cabe a todos nós apoiarmos esse processo e estarmos absolutamente vigilantes com relação aos movimentos que os apoiadores dos regimes ditatoriais do Oriente Médio possam fazer.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Esperemos que essa junta militar cumpra exatamente o seu papel, ou seja: administrar o país e organizar as eleições democraticamente para o prazo máximo de setembro, apesar da constituição determinar que essas eleições aconteçam em no máximo 2 meses. E que o próximo governo consiga realizar as reformas políticas necessárias para colocar o Egito no caminho da democracia.</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div><div style="text-align: justify;">Mesmo assim, apesar de todas as preocupações, hoje é dia de comemorar. E só! Parabéns ao povo egípcio por essa enorme vitória!</div></div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-42881416612015032802011-02-06T20:35:00.006-02:002011-02-09T15:25:55.227-02:00BRASIL: UMA DEMOCRACIA COM FALHAS (?)<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px;"></span></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;"><span style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;">O instituto Economist Intelligence Unit - braço da revista The Economist - publicou uma pesquisa sobre as democracias - ou não-democracias - do mundo. O trabalho já é desenvolvido anualmente há algum tempo.</span></div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;"><br />
Alguns dados da pesquisa, publicada no jornal Zero Hora, chocam logo de cara ao leitor minimamente atento:</div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;">N<span style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;">ão, ao contrário do que a arrogância estadunidense afirma, discurso após discurso, e que a imprensa ao redor do mundo faz o (des)favor de legitimar, os Estados Unidos não são o grande paraíso democrático que se imagina. </span>Grande, sim - paraíso democrático não. </div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;">Na realidade, os Estados Unidos não figuram sequer entre os quinze países melhor colocados em termos de democracia: aparece numa modesta 17ª colocação, atrás de países como Malta e República Checa. O título de país mais democrático do mundo, segundo a pesquisa, é da Noruega.</div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; font-size: small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">A pesquisa divide o mundo em 4 grandes blocos: Democracias Plenas (1º ao 26º), Democracias Falhas (27º ao 79º), Regimes Híbridos (80º ao 112º) e Regimes Autoritários (113º ao 167º). Vamos encontrar o Brasil na 47ª colocação geral, já caindo no grupo das Democracias Falhas.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;"><span style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;">Apesar de a Zero Hora não disponibilizar a integra do documento, composto de 46 páginas, consegui acesso à pesquisa do EIU, que traz alguns dados laterais bem interessantes </span>- e que, é claro, foram sonegados ao leitor do jornal. A primeira informação apresentada de forma bastante nebulosa e confusa é o que torna a democracia brasileira uma democracia falha. A matéria, ao explicar as nuances para que se defina uma democracia, se resume à uma declaração do professor da PUC/RS Hermílio dos Santos, que afirma que "o egito tem eleições. A Venezuela tem eleições. Nem por isso são democrático".</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Lamentavelmente, a matéria induz nas entrelinhas o leitor a responsabilizar os governos e os Estados como os elementos definidores do que sejam democracias, ditaduras e outros tipos de regimes. Eles realmente são, mas apenas de forma parcial.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">É nesse ponto que a ideologização midiática surge mais uma vez em sua forma mais manipuladora. No caso do Brasil, o que coloca o Brasil na 47ª colocação e com status de uma democracia falha não é nem o governo, nem o modelo do Estado, mas nossas cultura e participação política (volto a esse ponto mais a frente)! Isso é citado na matéria apenas de forma tangencial, quase que a contragosto, para poder apresentar os números brasileiros da pesquisa.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Com acesso ao quadro completo de notas da pesquisa, novos e interessantes dados descortinam-se. A nota final é composta por cinco notas intermediárias: 1 - Processo Eleitoral e Pluralismo; 2 - Funcionamento do Governo; 3 - Participação Política; 4 - Cultura Política e; 5) Liberdades Civis.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">A primeira delas é que, de perto, as "democracias plenas" não são tão plenas assim. Dos 26 países: 1) nenhum obteve nota acima de 9,4 em todos os quesitos; 2) apenas a Noruega obteve todas as notas acima de 9; 3) apenas 6 países (Noruega, Islândia, Dinamarca, Suécia, Nova Zelândia e Holanda) obtiveram todas as notas acima de 8 e; 4) 11 possuem pelo menos uma nota abaixo de 7, sendo 4 abaixo de 6 e 1 abaixo de 5!</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Olhando de perto, a maior parte dos países chamados "democracias plenas" confunde-se com os países de "democracias falhas" e vice-versa. É com esse olhar de perto que vemos ruir alguns mitos.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Muitos defendem que o Brasil deveria espelhar-se nos Estados Unidos para organizar sua política. Talvez a população brasileira tenha algo a aprender com a população dos Estados Unidos em matéria engajamento, participação e compreensão da importância da política. Mas fica por aí.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">O jogo vira completamente quando nos debruçamos justamente naqueles pontos em que os Estados Unidos são tidos por alguns analistas como um grande exemplo: organização do Estado, processo eleitoral e liberdades civis. A despeito de todos os analistas que insistem em usar a grande água do norte como base para realizar mudanças políticas no Brasil, estamos muito a frente deles nesses quesitos. Tivéssemos maiores cultura política e participação política, seriamos considerados um país de democracia plena, talvez bem a frente da modesta 17ª posição ocupada pelo país de Obama.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Se avaliarmos apenas os dados de Organização do Estado, Processo Eleitoral e Liberdades Civis, o Brasil alcança uma nota média de 8,73 contra 8,52 dos Estados Unidos! Ou seja: Adentra o rol das "democracias plenas" e ultrapassa os Estados Unidos como exemplo de democracia!</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Mas as "surpresas da organização democrática" brasileira não ficam por aqui. Permanecendo somente com esses três dados, o Brasil estaria mesmo entre as 15 "potências democráticas", Perdendo por muito pouco - para a mesma média de três dados - para Áustria e Alemanha, respectivamente 13º e 14º colocados no ranking.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Entretanto, isoladamente, o mais agressivo dos dados, na minha opinião, é o que fala sobre as liberdades civis. Segundo a notação, os Estados Unidos possui nota 8,53 em liberdades civis, quando o Brasil atinge a já excelente marca de 9,12! É assombroso - em tempos de imprensa que constantemente faz-se de vítima, afirmando-se censurada - que na realidade nossa democracia conceda mais liberdades civis do que os Estados Unidos! Assombroso, evidentemente, para os adoradores do "American Way of Life", porque - faça-se justiça! - aqueles que não iludem-se com o tão maravilhoso quanto mortal canto da sereia, sempre souberam o que esses dados somente atestam! </div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Mas... Se o conjunto de números desfaz o mito da democracia estadunidense e sua pseudo-superioridade sobre a democracia brasileira, o fato é que essa pesquisa também diz muito sobre nós mesmos.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Temos que admitir - para o nosso próprio bem! - que a pedra dentro do nosso sapato não está na estrutura do Estado, nos governos, ou em qualquer outra espécie de instituição palpável. A boa notícia é que, parece, estamos no caminho certo em nossa política. A má notícia é que os problemas concentram-se em um terreno espinhoso.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Precisamos fazer avançar nossa cultura política e também o engajamento na construção de políticas, de leis e na formulação e execução de soluções para nossos problemas. O Estado é, por excelência, um "resolvedor de problemas" e um "administrador de áreas comuns". A base da necessidade do Estado está justamente na existência de problemas, necessidades e "áreas comuns". Essa é toda a origem da organização social estatal.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Dentre todas as formas de organização estatal que o mundo já viu, de todas é a democracia quem mais se aproxima da concepção que temos de um Estado ideal. Entretanto, o Brasil é jovem demais - somente 500 anos - para que a história seja base de lapidação do presente e janela de visualização do futuro. Tanto é que nossos modelos de organização social são TODOS importados. Falamos em Adam Smith, falamos em Marx, mas ainda não temos uma organização social baseada em conceitos nacionais. Isso, evidentemente, torna muito mais distante da população uma idéia de comprometimento com o que se está fazendo. </div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Como exemplo, podemos citar nosso Senado, cuja primeira legislatura tomou posse em 1826, inspirado na "Câmara dos Lordes" bretã, criada em 1707, resultado da fusão dos parlamentos dos países formadores da Grã-Bretanha, entre eles a Inglaterra, cuja extinta Câmara dos Lordes inglesa, extinta na fusão, fora instalada em 1241. Entretanto, as experiências de formação parlamentar na Inglaterra são registradas desde 1066, com Guilherme da Normandia. </div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Enquanto o PCdoB é o partido em atividade mais antigo do Brasil com 88 anos, na Noruega - país mais democrático do mundo - o Partido Trabalhista Norueguês possui 124 anos e muito vigor, com atualmente 64 das 169 cadeiras do parlamento.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">A história política do Brasil inicia-se com a chegada dos portugueses em 1500, enquanto boa parte os países com tradição e engajamento político de sua população remonta dois, três mil anos. O elemento da juventude tenra de nosso país tem influência direta na nossa identificação com a questão nacional. Boa parte do país ainda respira os núcleos de imigração. Somos educados aprendendo que somos alemães, italianos, portugueses... Nossos nomes nos denunciam! A arquitetura, culinária e cultura de boa parte das nossas cidades de porte médio e pequeno ainda são "tipicamente" desta ou daquela cultura. Só não existem cidades tipicamente africanas porque estes estavam nos troncos e nas senzalas - mas sua culinária, língua e costumes ganharam terreno em todo o território nacional. O que não existe ainda é a brasileirização de nossa população - mesmo quem já estava aqui, nossos indígenas, são apenas parte desse quebra-cabeça.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Na Alemanha existe a cultura alemã, na Inglaterra a cultura inglesa, na Noruega a cultura norueguesa... Estes países de identidade tão antiga já foram jovens, já foram um emaranhado de grupos menores, imigrantes, povoados independentes. E no Brasil? Por conta de nossa juventude, parte de nossa tarefa é a diluição de todo esse emaranhado cultural do Brasil numa fusão formadora de nossa identidade única, indivisível, nacional - em outras palavras, construirmos verdadeiramente a pátria brasileira, ainda inexistente. </div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">É preciso que nós todos compreendamos, além dessa justificativa histórica, a importância da organização estatal. Existe uma parcela significativa da população que, por não utilizar diretamente os serviços do Estado, pensa não sofre influências da política. Ledo engano - e sobre isso sequer preciso discorrer uma palavra, basta que se leia "O Analfabeto Político", do dramaturgo alemão Bertold Brecht.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Para além da compreensão da importância do Estado - que por si só é algo hercúleo - é preciso fazer com que as pessoas compreendam as relações de poder que existem no Estado - e onde situam-se nisso tudo. Precisamos entender que a democracia é algo muito mais complexo, em termos de poder, do que simplesmente ir as urnas a cada 2 anos como fazemos. A democracia é um exercício cotidiano de cidadania e participação. Não apenas fiscalizar se o seu representante no legislativo está cumprindo suas funções, mas tomar parte na formulação mesmo do mandato, ajudando a formatar a política que o representante irá defender. Afinal, se ele é representante, deve representar os anseios de seus representados.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Infelizmente nossos pleitos tem eleito tutores e não representantes. Votamos em alguém que decida o que é melhor para nós e nem tomamos conhecimento dos debates, das disputas, das construções - ou desconstruções, muitas vezes - em andamento na sociedade. Isso é entregar a própria tutela nas urnas! A democracia não é um sistema político de tutela, mas de representação. Sendo de representação, todos mantém certas responsabilidades que não deveriam ser abdicadas - mesmo que hajam representantes constitucionalmente eleitos.</div><div style="text-align: justify;"><br clear="none" style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;" /></div><div style="text-align: justify;">Felizmente, parte de nossa população aproveita cada oportunidade, cada espaço aberto para participação para cumprir seu inalienável mandato vitalício de senhor e representante de suas próprias idéias e destino. Nosso desafio é tornar esse comportamento universal em nossa população. Quando isso acontecer, teremos de fato construído uma democracia plena - talvez ainda mais avançada do que as "não tão plenas" democracias do velho mundo.</div></div><div style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: rgb(51, 51, 51) !important; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif !important; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><span style="border-bottom-width: 0px !important; border-color: initial !important; border-left-width: 0px !important; border-right-width: 0px !important; border-style: initial !important; border-top-width: 0px !important; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: xx-small; line-height: 14px !important; margin-bottom: 0px !important; margin-left: 0px !important; margin-right: 0px !important; margin-top: 0px !important; padding-bottom: 0px !important; padding-left: 0px !important; padding-right: 0px !important; padding-top: 0px !important;"><br />
</span></div><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Texto: Mirgon Kayser</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small;">Rev. Ortográfica: Luísa Scherer</span><br />
<div style="text-align: center;">----------------------------------------------------------------------------------</div><div style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: large;">- Download da pesquisa completa - </span></div><div style="text-align: center;"><a href="http://www.megaupload.com/?d=0G7LCGP9">http://www.megaupload.com/?d=0G7LCGP9</a></div><div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><br />
</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-28696386418361407672010-12-03T03:57:00.007-02:002010-12-03T06:04:57.833-02:00NUBIA OLIIVER: "TODA MULHER SOFRE ALGUM TIPO DE VIOLÊNCIA"<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;">Ainda dentro da pauta da campanha de ativismo digital pelo Fim da Violência Contra a Mulher, e após conversar com o mundo das amantes profissionais - vozes amordaçadas e condições femininas muitas vezes esquecidas nos calabouços labirínticos do preconceito e do rótulo - fui atrás das mulheres do mundo das celebridades, cujas vozes não parecem ser menos amordaçadas e suas condições femininas não menos esquecidas.</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikM1UqqUzfGf1_C8DuHmnr9si9QpeXJ4IKC1lxyr38N9LSQqV2XNBf28LWqBtrBtO77GFFKSwhU6ecEGDaEuIBtqGF7QSKcY-Mwfys-3B_Xr8zGBEI5SVpHDgHm5aQpjoJ-lEAJntjA6YY/s1600/foto+%25284%2529.JPG" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em; text-align: justify;"><img align="BOTTOM" border="0" height="320" name="figura1" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikM1UqqUzfGf1_C8DuHmnr9si9QpeXJ4IKC1lxyr38N9LSQqV2XNBf28LWqBtrBtO77GFFKSwhU6ecEGDaEuIBtqGF7QSKcY-Mwfys-3B_Xr8zGBEI5SVpHDgHm5aQpjoJ-lEAJntjA6YY/s320/foto+%25284%2529.JPG" width="226" /></a></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;">Em comum as mulheres desses dois universos tem a rotulagem de suas profissões que sobrepõem-se muitas vezes às suas condições humanas, femininas, de mulheres com direitos, sonhos, desejos.</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;">Meu bate-papo desta vez é com a mineira Nubia Oliiver, modelo, apresentadora de TV, empresária pecuária e mãe de uma menina de 7 anos:</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon Kayser - </b>Gostaria de começar pedindo para que tu nos fale um pouco sobre a violência contra a mulher nesse universo das celebridades. Algumas pessoas ligam a violência contra a mulher à pobreza e a baixa escolaridade dos agressores, principalmente no que tange a violência doméstica. Entretanto, o que se vê diariamente é que a violência não vê fronteiras de classes sociais, escolaridade, raça ou religião. Nos conte um pouco sobre a forma como a violência contra a mulher se manifesta entre as celebridades.</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b>Nubia Oliiver - </b>Se manifesta da mesma forma, mas há uma pressão maior para acobertar os casos. O cuidado com a imagem entre as celebridades é algo mais preocupante, é preciso sempre manter uma certa aura de felicidade para que o público em geral continue acreditando no que quer ver de seus ídolos. É mais difícil lidar com essa quebra de paradigmas. Mas há muitos casos. Não é muito diferente do que encontrando na sociedade em geral. Há homens que sempre tratarão as mulheres como objetos inferiores, seja ele um trabalhador comum ou um grande empresário. </div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b> Mirgon Kayser </b>- Tu já sofrestes algum tipo de violência?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b>Nubia Oliiver - </b>Já sofri, sim. Acredito que toda mulher, em alguma etapa da sua vida, sofre algum tipo de violência, seja sela física, moral, emocional ou social. Eu considero uma violência, por exemplo, rotular alguém de fútil, inútil e burra. Ou menosprezar o pensamento apenas porque uma mulher optou por usar sua beleza como trabalho. Preconceito também é uma forma de violência. E sempre há quem leve esse preconceito ao extremo. </div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA7DT5cJg8imS28DeG299ZS-mHeG4fUxz6wpohn8cunDXikipdhrdRc8Y3ZW8H2hz-GH9rOuIwlQM0vzX30yISJMl-HgGO2wTGeDMPNN21twiC7hG9fDa_8UTi2_4au6M1mZ6QqnvPxBTf/s1600/foto.JPG" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em; text-align: justify;"><img align="BOTTOM" border="0" height="200" name="figura2" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA7DT5cJg8imS28DeG299ZS-mHeG4fUxz6wpohn8cunDXikipdhrdRc8Y3ZW8H2hz-GH9rOuIwlQM0vzX30yISJMl-HgGO2wTGeDMPNN21twiC7hG9fDa_8UTi2_4au6M1mZ6QqnvPxBTf/s200/foto.JPG" width="132" /></a><b>Mirgon Kayser -</b> Como enfrentas essas situações?</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><br />
<div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Nubia Oliiver -</b> De forma normal mas com repúdio. Um homem que agride uma mulher faz isso por precisar se sentir maior do que ela. E só consegue se for fisicamente. E se ele parte para a agressão é porque já é um ser inferior, de fato. Somente um covarde se rebaixa a esse ponto de precisar se garantir fisicamente. Os grandes homens vencem nos argumentos, no diálogo, no respeito às diferenças. </div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon Kayser - </b>Não sendo a violência contra a mulher uma questão meramente econômica, um efeito colateral da pobreza, de que maneira ela pode ser efetivamente erradicada de nossa sociedade? Qual o papel de cada um de nós, homens e mulheres comuns, na luta pelo fim da violência contra a mulher?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><b>Nubia Oliiver -</b> Não podemos nos acovardar pois não há motivo para isso. Quem precisa se envergonhar são os agressores e aqueles coniventes com os atos deles. Sei que muitos fatores pesam para a mulher vítima de agressão: a vergonha, o medo, a falta de compreensão, a falta de apoio social e abrigo emocional. Precisamos parar de julgar os motivos da agressão... Sempre usam como desculpa "ah, ela provocou" como se isso fosse justificativa. Nada justifica uma violência. Nenhuma mulher pede para ser espancada, estuprada, violentada moralmente. Falta acolhimento de todos os lados. A luta não é apenas contra os monstros que batem: é uma luta à favor da vítima, sempre! Triste da sociedade que fecha os olhos para isso. </div></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm;"><div style="text-align: justify;"><br />
</div></div><b>Publicidade:</b><br />
<script src="http://v2.afilio.com.br/tracker_js.php?banid=11254&campid=3239;368&siteid=1350">
</script>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-22921900096566401332010-11-23T23:14:00.008-02:002010-11-24T03:07:21.667-02:00MONIQUE PRADA: MULHER, PUTA, BLOGUEIRA<div style="text-align: justify;"><b>Ao longo dessa semana está acontecendo a campanha "5 Dias de Ativismo Digital pelo Fim da Violência Contra a Mulher". Ativistas da equidade de gênero tem utilizado seus blogs, perfis no Facebook, Orkut e Twitter numa grande mobilização para erradicar esse grande mal que insiste em se fazer presente numa sociedade em que - ainda bem! - as mulheres conquistam cada vez mais o seu espaço como co-gestoras da história da humanidade.</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br />
</b></div><div style="text-align: justify;"><b>Muitas vezes o debate fica raso, ligamos necessariamente a violência contra a mulher à violência física - principalmente a doméstica. Entretanto, a violência contra a mulher pode assumir várias formas e atacar em qualquer lugar. </b></div><div style="text-align: right;"><b><br />
</b></div><table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHi2deq6ico5osjn2J66Qy4Mch_7uJZktmIDWwY1-y3RPNlXTh1oS6LjEmXCHWDNq6L0FfXlDjisoCsOVSllwAqIFuB7TgwrtddnQKU2NgjrXCOhU74Yvs7Rlh-vf50tx2vtCsZkln7qXE/s1600/mirgon.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHi2deq6ico5osjn2J66Qy4Mch_7uJZktmIDWwY1-y3RPNlXTh1oS6LjEmXCHWDNq6L0FfXlDjisoCsOVSllwAqIFuB7TgwrtddnQKU2NgjrXCOhU74Yvs7Rlh-vf50tx2vtCsZkln7qXE/s320/mirgon.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Monique Prada em foto exclusiva para o Blog do Mirgon</td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><b>Para descortinar um pouco da violência sofrida pelas acompanhantes sexuais, fui conversar com Monique Prada, acompanhante, blogueira, tuiteira (Twitter: @moniqueprada), com uma visão bastante crítica sobre os muros de preconceito, violência e moralismo que cercam a profissão que escolheu para sí. O resultado dessa conversa foi a seguinte entrevista:</b></div><div style="text-align: justify;"><b><br />
</b></div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> A prostituição é um tema bastante polêmico entre feministas e ativistas dos direitos humanos. Alguns defendem que a prostituição é sempre uma violência contra a mulher. Outros afirmam que só existe violência quando a mulher é obrigada a se prostituir, seja por exploração de alguém, seja pela sua conjuntura de vida, sem outras opções para subsistir, mas que havendo outras opções de vida, sendo feita uma opção consciente pela prostituição, não há que se falar em violência, pois a mulher possui todos os direitos sobre seu corpo, inclusive o de utiliza-lo sexualmente como meio de vida, não sendo possível, portanto, algo ser ao mesmo tempo violência e realização. Como acompanhante, qual a tua opinião sobre esse debate?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada -</b> Então, Mirgon... Não consigo conceber uma escolha consciente de uma pessoa adulta, como uma violência. Não falo da prostituição infantil e de outras situações degradantes. É certo que a prostituição pode assumir uma forma degradante - e como pode - mas podemos dizer que não é degradante a situação das empregadas domésticas e outras mulheres trabalhadoras? A opção pela prostituição é, na minha visão, cada vez mais uma escolha adulta e consciente. Os níveis de desemprego no país vêm diminuindo nos últimos anos, mas não vejo o mesmo acontecer com o número de mulheres que fazem a opção pela prostituição. Não vejo menos mulheres entrando nesse mundo do que eu via há alguns anos atrás.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> A mulher é vítima constante de todo tipo de assédio moral, uma das formas mais bárbaras de violência, muitas vezes esquecida e subestimada, em vista de seus efeitos invisíveis - ao contrário da violência física. De que forma esse tipo de violência atinge as prostitutas?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Atinge através do preconceito explicitado de forma livre no dia a dia, em conversas de mesa de bar, de comadres ou mesmo, e talvez principalmente, no âmbito da Internet, onde o anonimato nos protege e nos permite abrir mão do politicamente correto com maior facilidade e externar nossos verdadeiros pensamentos. </div><div style="text-align: justify;">Se explicita em piadas, se explicita em ataques diretos individuais (como aconteceu neste final de semana, quando sofri meu primeiro ataque no Twitter) e se explicita de forma perigosamente incitadora à violência, até mesmo física, em alguns foruns e grupos de discussões sobre o assunto. Nestes espaços, onde se deveria estar avaliando apenas e principalmente a qualidade de uma prestação de serviços, ao invés disso, se avalia personalidades, se expõe a vida pessoal, se expõe o preconceito vivo nas mentes urbanas médias. Há tópicos extremamente preconceituosos e agressivos que, mesmo em uma sociedade que nos condena ao ostracismo voluntário e à vergonha de nossa profissão, coisas desta natureza causam repulsa. Já fiz o teste, mostrando a amigas moralistas que nem sonham que participo deste mundo.</div><div style="text-align: justify;">Entendo como um crime de Internet permitir que se incentive com tamanha desfaçatez e liberdade o preconceito, o ódio de classes e a discriminação, não só às prostitutas, mas como a menores sem chance de defesa (os chamados 'filhos das putas'* Alguém em sã consciência tem a capacidade de admitir que sejam discriminados assim, às claras? Esquecem que tratam-se de crianças? Em que sentido os filhos dos clientes de putas são diferentes dos filhos das putas?!?!?). Ora, isso não é admissível em uma sociedade que se diz avançar cada vez mais em direção ao respeito dos cidadãos. É inadmíssível que este tipo de forum continue no ar sem nenhuma censura por parte dos órgãos responsáveis.</div><div style="text-align: justify;">*<span class="Apple-style-span" style="font-size: x-small;"><i>Aqui Monique se refere à um tópico em um fórum de discussão onde os participantes trocavam idéias pejorativas sobre a personalidade, a vida e como deveriam ser os filhos das acompanhantes.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> Que agressão foi essa que sofrestes no Twitter?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Aconteceu no sábado pela madrugada. Foi um cara que disse "continua assim. isso é felicidade: comprar roupa, beber, fumar, festa todo dia com a galera. Parabéns, papai ta orgulhoso". E disse sem nem me conhecer, como se fosse uma regra, como se toda prostituta obrigatoriamente tivesse este tipo de atitude. </div><div style="text-align: justify;">Ele é o tipo de gente que sequer considera a possibilidade de que eu possa gostar de ler, escrever, curtir a minha casa,a minha paz. A cultura da futilidade me cansa. Eu sou quietinha, qualquer meia taça de vinho me derruba, não fumo, quando muito, me atraem as 'silent parties', odeio barulho e gente fingindo felicidade. Dispenso. No entanto, não vejo em mim o direito de agredir os festeiros. Depois ele ainda continuou: "tu não é ser humano. tu é um objeto. meus parabéns. sou teu fã. quanto que tá a hora?". Um cara desses destila ódio e ignorância, não sabe a diferença entre "A capital" e "O capital". Mas é um ignorante que incentiva outros ignorantes iguais a ele. E ignorância com ódio preconceituoso pode ser muito perigosa. Agora, como é fácil agredir ao que lhe parece mais fraco. Ainda mais acobertado pela segurança que lhe dá o anonimato virtual. Eu, ainda que não mostre o rosto em minhas fotos, e meu nome seja 'artístico', estou ao alcance de um telefonema. Ele, nem imagino quem seja...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> É possível alterar esse quadro? É possível reduzir ou até mesmo pensar na hipótese de virtualmente acabar com o assédio moral, a violência física e o preconceito enfrentado pelas prostitutas?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Alterar este quadro... Olha, Mirgon: É possível, mas a longo prazo. Civilidade e conduta respeitosa não são coisas que nascem nas pessoas de um dia pro outro, são passadas de geração a geração, é uma questão cultural. Num primeiro momento, a única coisa que barra o preconceito é a repressão. Eu sou contra a repressão. No entanto, há sites onde se dissemina ódio e preconceito de forma violenta, e isso deveria ser tratado como crime de Internet, como são tratados temas referentes a atitudes discriminatórias em geral.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> Tu já sofrestes algum outro tipo de violência atuando como prostituta?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Exceto por estas atitudes das quais te falo, puramente virtuais, até o presente momento, não. Espero não vir a sofrer, mesmo com minhas declarações polêmicas que sempre podem incomodar alguém. Entretanto, apesar de ter a sorte de nunca ter sofrido nenhum tipo de violência física, isso acontece muito, até por conta desse preconceito moralista que as pessoas tem com relação às prostitutas e que faz com que sejamos vistas, como disseram no twitter, como se não fôssemos gente, fôssemos objetos. E objeto a gente pode quebrar à vontade, não? É nesse ponto que considero perigoso o preconceito explicitado de forma tão clara e incisiva no mundo virtual. Considero uma potencial e perigora incitação à violência real e física contra as acompanhantes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> Uma outra acompanhante, Marcela*, teve sua vida interrompida aos 29 anos, assassinada pelo ex-marido. Vocês tiveram uma relação de amizade bastante intensa, tu conheceste e acompanhastes de perto a sua vida. Como foram os anos desse casamento? Havia histórico de violência na relação deles? </div><div style="text-align: justify;">*<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Nome Fictício</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Bom, Mirgon, não creio ser relevante o fato de ela atuar como acompanhante. Fosse ela costureira ou advogada, isso não a teria protegido, basta consultarmos os números da violência contra a mulher para sabermos que ela está presente em todas as classes sociais. Aliás, quando nos conhecemos, nenhuma das duas atuava como acompanhante. Tivemos, sim, uma relação de amizade bastante intensa e sincera, Marcela era uma grande parceira, foram anos de convívio interrompidos de uma hora para outra, de uma maneira brutal e traumatizante, na frente do filho pequeno. É ainda um assunto complicado para mim, mas vamos lá, havia histórico de violencia, sim. Creio que dificilmente alguém se torna violento do dia para a noite, de surpresa. Ainda assim, formavam uma bela família, os dois e o filho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> Ela alguma vez o denunciou ou tomou algum tipo de providência para que a violência parasse?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>O denunciou mas não levou o processo adiante. É complicado, jamais pensamos que ele fosse chegar a este ponto. Denunciar é complicado, a maioria das mulheres em situação de violência ainda é insegura quando se trata de denunciar. Ou por temer represálias, ou por não desejar o mal de alguém com quem conviveu por muito tempo, e com quem muitas vezes tem filhos. Então deixa-se passar. Felizmente nem todas acabam mortas, mas a vida em situação de violencia é algo realmente degradante, para a mulher, filhos e mesmo para o agressor. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> O assassinato foi mais uma agressão que resultou em morte ou houve a decisão definitiva de assassiná-la? O assassino chegou a ser julgado e condenado? </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Houve a decisão de assassiná-la, dias antes, inclusive com ameaças claras. Não tivemos tempo de recorrer à justiça, certamente também por ela ñ ter acreditado nas ameaças. Sugeri uma medida cautelar, mas era tarde. Ele cumpriu 27 dias de prisão, depois disso respondeu ao processo em liberdade. Não sei, realmente, se foi condenado. Cerca de três meses depois o encontrei trabalhando em um bom restaurante da cidade. Foi constrangedor. Eu tenho certeza de que ele se arreependeu, e tenho certeza de que eram bem melhores os tempos em que podia me olhar nos olhos sem a vergonha de ter me tirado alguém que foi muito importante na minha vida e, com certeza absoluta, na vida dele. Obviamente, ele tem o direito, e até o dever, de procurar reconstruir a vida, apesar do que fez. O que me pergunto é se não existe, ou não deveria existir, por parte dos órgãos responsáveis, uma política no sentido de não simplesmente punir o agressor, mas encaminhar a um tratamento. Alguma medida educativa, psiquiátrica, algo que pudesse evitar tantas mortes e sofrimento. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Mirgon -</b> Na tua opinião, a Marcela poderia estar viva agora caso tivesse tido coragem para denunciar a situação a que estava submetida?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><b>Monique Prada - </b>Poderia, sim. Mas poderia estar viva apenas se as coisas pudessem ser como falei acima. A simples punição não resolve as coisas. É preciso atuar no sentido do entendimento e da conciliação. A punição é, sim, necessária e bem vinda. Mas sozinha me parece ineficaz em muitos casos. Não existe prisão perpétua, e o receio de represálias ao final da pena imobiliza muitas mulheres na hora de denunciar. talvez ela tivesse denunciado e sido morta assim que ele estivesse livre, como vemos toda hora nos noticiários. Além do mais, estamos falando de famílias... Somente punição talvez não tivesse salvo minha amiga.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-28970714266463110052010-11-23T16:37:00.000-02:002010-11-23T16:37:09.197-02:00DCE da UFRGS: Eleições manchadas<div style="text-align: justify;">Publico hoje matéria produzida por Alexandre Haubrich sobre o golpismo escandaloso da chapa da situação no DCE da UFRGS.</div><div style="text-align: justify;">-----------------------------------------------------------------------------------------------------</div><br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b>Eleições para DCE da UFRGS ameaçadas por gestão atual</b></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><i>Alexandre Haubrich - <a href="http://www.jornalismob.wordpress.com/">JornalismoB</a></i></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Se a campanha presidencial de 2010 foi marcada pela baixaria e por polêmicas, a eleição para o Diretório Central dos Estudantes de uma das maiores universidades do sul do país vai no mesmo caminho. Depois de sofrer sucessivas denúncias de corrupção, ameaçar impugnar a candidatura da principal chapa de oposição, a Chapa 3 – UFRGS Pública e Popular, a gestão atual do DCE da Universidade Federal do Rio Grande do Sul tenta agora impugnar o próprio pleito. As eleições começaram nesta segunda-feira, com votações nos dias 22, 23 e 24.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Circulou na imprensa local a informação de que, em uma reunião na noite da última sexta-feira, a Comissão Eleitoral teria aprovado a impugnação da Chapa 3, pois alguns de seus membros teriam agredido o presidente da Comissão, Adrio de Oliveria Dias, durante manifestação na manhã de sexta.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Adrio afirma que foi agredido por integrantes da Chapa 3 com socos e pontapés, tendo registrado, inclusive, Boletim de Ocorrência. Porém, os vídeos da manifestação mostram a saída do estudante com grande tensão, mas sem agressões. O estudante de jornalismo e integrante da Chapa 3, Rodolfo Mohr, um dos acusados de agredir Adrio, garante que o presidente da Comissão não foi agredido, apesar de ter passado hostilizando os manifestantes.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Mais tarde, confirmou-se que a impugnação na verdade não chegou a oficializar-se. Porém, a imprensa local já havia divulgado amplamente a “notícia”, contribuindo para causar confusão entre os estudantes aptos a votar.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b>Votação começa com confusões, agressões e novas ameaças</b></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">O primeiro dia de votação foi tenso. Qualquer pessoa estranha nos entornos das urnas causava expectativa. Mesmo assim, uma grande quantidade de estudantes já compareceu às urnas. Para votar, é preciso apenas o cartão da UFRGS e a senha correspondente.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Dois episódios, porém, tentaram macular o ambiente democrático buscado por três das chapas, a 2, a 3 e a 4. Ligados à Chapa 1, os ex integrantes da Comissão Eleitoral Adrio de Oliveria Dias, Claudia Thompson e Leonardo Pereira teriam ido ao Ministério Público tentar impugnar a eleição. Nenhuma notificação foi recebida por qualquer das chapas concorrentes.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Na urna em frente à Faculdade de Educação (FACED), outro problema. Segundo Nina Becker, estudante de Ciências Sociais e apoiadora da Chapa 3, uma integrante desta mesma chapa foi agredida com um soco por Cleber A. G. Machado, integrante da Comissão Eleitoral indicado pelo Diretório Acadêmico da Computação, ligado à situação. Além disso, ainda de acordo com Nina Becker, Cleber teria quebrado um vidro e rasgado as atas de votação, antes de sair do local preso pela segurança da UFRGS.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b>Formação da Comissão Eleitoral cercada de manobras</b></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">No dia 16 de setembro, os Centros Acadêmicos, responsáveis por garantir as eleições, formaram uma Comissão Eleitoral, que lançou um edital. Duas semanas depois, o DCE chamou nova reunião, na qual a proposta era retificar o calendário acertado no dia 16. Com a presença de 26 CA’s, o DCE se retirou da reunião, para, uma semana mais tarde, lançar um novo edital. Esse edital trazia novas regras, que subiriam os custos da campanha e dificultariam a inscrição de chapas maiores, como a 3. Por exemplo, a necessidade da presença de todos os integrantes das chapas no momento da inscrição e a obrigação de registrar todos os documentos de identidade dos apoiadores em cartório.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Mas o ponto mais polêmico defendido pela atual gestão do DCE era a votação pelo site da UFRGS, considerada insegura pela própria Reitoria da Universidade, por permitir que qualquer estudante votasse com a senha de outro. Além disso, o Estatuto do DCE prevê que o votante precisa apresentar um documento e assinar lista presencial. Caso a eleição ocorresse via internet, o temor é de que qualquer estudante vinculado a UFRGS poderia recorrer a Justiça e impugnar o pleito. Um acordo, por fim, uniu as duas comissões eleitorais e definiu a eleição por urna eletrônica, como na disputa pelo cargo de reitor.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">A gestão do DCE, porém, mudou de ideia, e voltou a defender que o processo se realizasse via internet. A Reitoria da Universidade se demorava a liberar as listas de estudantes matriculados, impreterível para que a eleição fosse realizada, e uma manifestação foi convocada pela Chapa 3 para a última sexta-feira, na Secretaria de Atendimento Estudantil. O protesto reuniu cerca de 100 estudantes. Confirmada, enfim, a liberação das listas, Adrio, citado como um dos obstáculos para o processo eleitoral em um relatório que os estudantes pretendiam entregar, saiu pelo meio dos manifestantes.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b>Impugnação não foi comunicada oficialmente</b></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Já no sábado, Rodolfo afirmava que a notícia da impugnação da candidatura poderia ser apenas um factóide, apenas mais uma manobra. A medida não foi comunicada oficialmente a Chapa 3, foi apenas vazada para a imprensa local. Para Rodolfo, seria mais uma forma de confundir os estudantes. “Mais uma” porque, no site da Comissão Eleitoral, os números das chapas 2 e 3 estão invertidos, segundo Rodolfo, deliberadamente.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">Iur Priebe de Souza, um dos coordenadores da campanha da Chapa 2, critica as atitudes da Comissão Eleitoral e da atual gestão: “Estão querendo impugnar uma chapa por fatos que nem foram apurados. Isso é um abuso. Essa judicialização do processo é ruim para os estudantes. Precisam ganhar com programas e projetos, é isso o que tem que ser discutido”, afirma.</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><b>Gestão marcada por acusações de corrupção</b></div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><br />
</div><div class="western" style="margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">No meio do ano, o advogado da atual gestão do DCE, Regis Coimbra, denunciou apropriação indébita de R$ 5 mil da entidade, pelo presidente Renan Pretto e o diretor de Relações Institucionais, Marcel van Haten. A investigação dos Centros e Diretórios Acadêmicos que se seguiu à denúncia apontou ainda outras irregularidades, como o favorecimento de amigos e familiares dos membros da gestão e remuneração desses mesmos membros, o que é vedado pelo Estatuto do DCE.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-69631553470575087452010-11-17T20:54:00.000-02:002010-11-17T20:54:02.806-02:00ONDE JÁ SE VIU, POBRE COM CARRO?<div style="text-align: justify;">Quando eu penso que já li todo tipo de manifestação preconceituosa, quando eu penso que algumas afirmações e pensamentos foram sepultados à outros tempos e que já não fazem mais parte do nosso cotidiano, surge alguma mente "brilhante" para mostrar o quanto estou errado e sou excessivamente otimista.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Existe uma ideologia de direita em franca expansão de forças no Brasil, algo nazista, algo fascista, algo medieval. Não é uma ideologia nova, pelo contrário, sempre esteve presente em solo brasileiro, trazida pelas caravelas de Cabral. Sofreu vários revezes, como a abolição da escravatura - mas conseguiu manter o pensamento escravagista! - e o permanente avanço em conquista de direitos de todos os setores da sociedade - alguns mais outros menos - mas nunca morreu de fato, sempre esteve alí, ardilosa, compondo e recompondo-se de várias maneiras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mesmo durante o século XX, apesar dos avanços dos direitos humanos e outras "bobagens", ela manteve-se fortalecida, tão fortalecida que não foram poucas as vezes em que ouvi que o Brasil era uma terra "abençoada, livre de preconceitos, de povo unido"... Efeito de uma ideologia dominante que disfarça-se ao povo como "comportamento natural". Lula, o operário ignorante que não sabe falar inglês e virou presidente do Brasil foi o "start" da saída dessa ideologia da inércia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Distribuição de renda, política externa soberana, retirada de milhões de brasileiros da faixa da miséria, fim do "bolsão reserva" de força-trabalho com o maior índice de empregabilidade da história, redução do déficit habitacional, elevação do povo brasileiro à condição de consumidor e senhor de seu destino, tudo isso ao longo dos 8 anos de governo Lula, foram quase insuportáveis aos "iniciados" dessa grande ideologia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Basta ver o que foi toda a campanha de José Serra, grande trincheira para tentar derrotar os miseráveis que tiveram a ousadia de "dilapidar" o Estado feito para servir a poucos e reconstruí-lo de maneira a servir a todos. A vitória de Dilma só serviu para que os raivosos - e mais descerebrados - como a Mayara viessem a tona expondo visceralmente o pensamento por trás do discurso perigoso da direita.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O comentarista da RBS TV em Santa Catarina, Luiz Carlos Prates, acusou os pobres - ou miseraveis como ele se refere - de serem os grandes culpados pela mortandade nas estradas. Para Prates, pobre não deveria ter carro. Prates só esquece de comentar que os carros que circulam nas estradas em velocidades de 140, 180 - até 200km/h - não são os pobres com seus populares 1.0. Eu desafio esse - perdão aos meus leitores pelo termo pouco usual em meus textos - verdadeiro imbecil a provar suas palavras.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É possível perceber na matéria a forma odiosa com que ele se refere aos "miseráveis" - chegando a dizer veladamente que pobre é infeliz no casamento e o rico não é. Aham, senta lá, Cláudia... Luiz Carlos prates é mais um dos truculentos canalhas colocados para incitar o ódio de classe na sociedade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Qual a reação de quem acompanha e dá crédito às suas insanidades? Espanca mendigos, queima índios e não perderá uma oportunidade sequer de ver um miserável sendo "colocado no seu lugar".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Afinal, pobre não vive, sobrevive. Pobre deve existir para servir aos ricos, não para fazê-los perder tempo na fila do, por exemplo, posto de gasolina. Pobre deve servir para limpar o corredor das universidades, não para estudar nelas. Pobre deve educar bem seus filhos para que possam seguir sendo úteis aos filhos dos ricos, educados para saberem-se superiores aos do "nível de baixo".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ora essa! Se não temos mesmo de concordar com Prates de que esse Lula protagonizou mesmo um governo espúrio, afinal, onde já se viu popularizar o consumo, dar crédito barato e fácil? Ah, se os tempos fossem outros... </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Palavras não são suficientes, é preciso ver e ouvir os absurdos ditos pela RBS TV na interpretação de seu comentarista:</div><div style="text-align: justify;"><br />
<object height="385" width="480"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/uwh3_tE_VG4?fs=1&hl=pt_BR"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/uwh3_tE_VG4?fs=1&hl=pt_BR" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object><br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;">Preparem-se: Esse é só o começo de uma profunda ofensiva desses setores da direita que não se conformam com o avanço social, que não se conformam com a derrota de suas ideologias miseráveis e preconceituosas.<br />
<br />
O que vamos enfrentar no próximo período é uma luta ferrenha para trazer de volta o atraso, o preconceito, a segregação, o Brasil das elites, o Brasil dos porões abarrotados de negros, gays, índios, pobres, loucos e todo aquele que não seja digno da corte. O que vamos enfrentar no próximo período será o levante dos poderosos.<br />
<br />
É possível que nos "enquadrem" no "nosso lugar" mais uma vez. Mas se não o fizerem, se pudermos segurá-los, então talvez tenhamos a oportunidade de conhecer de fato um mundo melhor.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-85798341605448297722010-11-11T17:32:00.000-02:002010-11-11T17:32:46.561-02:00O DIA EM QUE A CORTE NÃO RIU<div style="text-align: justify;">O Brasil que sustenta com polpuda mesada a Familia Imperial desde a queda do Império e a ascensão da República, é o mesmo Brasil das oligarquias, dos coronéis, dos latifundiários, dos poderosos integrantes da Corte Imperial que adaptaram-se como "elite" à condição republicana. Este é o resumo da "democracia burguesa" instalada no Brasil com a queda do Império. Caía o regime, mas não caiam os poderosos. A então recém-nascida República era construída de forma a manter os mesmos de sempre no poder - e os mesmos de sempre nos porões.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">As classes populares, que sempre estiveram subordinadas à burguesia, organizaram-se em torno do PT e da construção dos diversos movimentos sociais e populares que ganharam força na década. A vitória política de Lula em 1989 (embora a derrota eleitoral), serviu para abrir um período de ofensiva burguesa pela "recolocação das coisas em seus lugares", quando vimos o apogeu do neoliberalismo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O aprofundamento dos problemas sociais, ambientais e econômicos e a decadência que vimos em proporções mundiais na humanidade, acabaram por desgastar esse verdadeiro "mais do mesmo", mais uma receita burguesa para manter a burguesia dominante e o resto nos porões.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Foi nesse cenário, de perda de fôlego da burguesia, que se deu a vitória de Lula em 2002 e vimos, pela primeira vez na história desse país, um operário Presidente da República. A derrota não era palatável, mas com um pouco de paciência, o operário seria deposto rapidamente pelo parlamento, após fazer suas primeiras trapalhadas - Era isso que se passava na cabeça da burguesia, historicamente acostumada a produzir golpes de acordo com suas conveniências.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O desespero veio com o sucesso do governo - e a reeleição de Lula em 2006. O operário não só governara o país por 4 anos, como governaria por mais 4! E o que era ainda pior: Fazia um grande governo. O Governo Lula transformou o Brasil, pôs a casa em ordem, ajudou a moldar um cenário internacional menos "subúrbio de Washington", alavancou 30 milhões de pessoas à classe C, construiu uma nova classe média, distribuiu renda, reduziu a taxa de desemprego à menor da história, fez um Brasil mais próximo ao "Brasil de Todos", marca do governo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A reação da burguesia com a vitória de sua sucessora, Dilma, foi o retrato do pensamento burguês: "Meus impostos vai continuar indo para esse bando de miseráveis". Vide as reações no Twitter, por exemplo, e toda a polêmica envolvendo as declarações da burguesia paulistana - talvez a mais visceral burguesia brasileira. Outro momento histórico construído, não só pela continuidade do governo Lula, mas pelo fato de o primeiro presidente da República operário e nordestino passar a faixa presidencial à primeira mulher eleita presidenta.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A burguesia humilhada, derrotada pela plebe, pelos que - para muitos - nasceram para servir, precisava de algum alento: -"Pelo menos o palhaço! O palhaço, não!". O palhaço, sim. O palhaço Tiririca, como muitos outros, sempre foi a estrela da televisão - moderno circo, picadeiro onde se apresentam os bobos da corte, os que - como toda a ralé - nasceram para servir ou divertir a burguesia, este era o seu papel. Mas NUNCA, jamais, poderia ser deputado federal. Já pensaram? Um palhaço ocupando um espaço que pertence à corte burguesa, um espaço onde quem deveria mandar é a burguesia, pois define os destinos do Brasil burguês. Os últimos anos levaram representantes do MST, dos movimentos populares, sindicalistas, gente de toda ordem que jamais poderia participar da gloriosa assembléia burguesa. Um palhaço? Aí já era demais...</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Afinal de contas, o palhaço é o divisor supremo das águas. O palhaço é o bobo da corte, aquele que frequenta a corte mas não faz parte. Ele não opina, ele não influencia, ele não decide, ele não existe. Ele está ali somente para divertir, fazer a corte rir. Depois de um operário e de uma mulher... Um palhaço?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tiririca viveu um linchamento moral desde a confirmação de sua eleição. Não faço idéia sobre a qualidade do parlamentar Tiririca. Desconheço totalmente sua capacidade de produzir bons resultados e de defender políticas corretas e adequadas em seu mandato - e não será o preconceito que moverá minha opinião sobre ele. O que eu sei é o que eu vi: A burguesia desesperada, utilizando-se de todos os artifícios para derrotá-lo "no tapetão". Pressão na televisão, pressão nos jornais... Os mesmos que utilizaram seu humor para aumentar seus pontos de audiência, o execraram pela mesma razão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Tiririca conquistou seu mandato nas urnas - não importa se os votos foram de protesto. O protesto elegeu Tiririca. Tiririca tem 4 anos para mostrar que pode ser um bom parlamentar - ou não. Mas não é o fato de ser um palhaço, ter pouca - ou até nenhuma - escolaridade e ter vindo das classes mais sofridas desse país que deverá tirar o direito conquistado nas urnas de representar o estado de São Paulo no Congresso Nacional.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hoje Tiririca enfrentou o TRE-SP: Leu e escreveu. Hoje é o dia em que a corte não riu do palhaço.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-12857691816082796322010-11-09T04:00:00.000-02:002010-11-09T04:00:37.491-02:00O HUMOR QUE TRAVESTE PRECONCEITOS<div style="text-align: justify;">O humor - que deveria servir para levar um pouco de graça e leveza à rotina das pessoas - anda, sempre, muito próximo dos nossos preconceitos. Volta e meia ambos misturam-se e trazem a tona nossas maiores vergonhas, nossos piores pensamentos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O jornal Zero Hora de ontem (08/11/10) estampou mais uma criação do chargista Marco Aurélio - bastante tradicional no veículo, nem tanto pela graça de suas charges, e sim por sua fidelidade ideológica às linhas de pensamento mais conservadoras da direita gaúcha.Marco Aurélio costuma fazer piadas sem qualquer graça, mas com uma carga ideológica muito forte, muitas vezes carregadas pelo que há de mais preconceituoso.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Depois de uma história recheada por piadas homofóbicas, racistas e intolerantes religiosa e politicamente, Marco Aurélio resolveu colocar todo seu preconceito estético e - o que é pior - machista. A charge na página 03 de Zero Hora traz Lula conversando com o leitor de um jornal. O leitor na charge pergunta à Lula: "Viste a foto da Dilma de biquíni na Folha?" que responde "Pra vocês verem o peso que eu carreguei durante a campanha".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Marco Aurélio libera todo seu preconceito travestido em humor, de uma só vez, contra as mulheres e contra os que não estão alinhados em padrão estético que mereça respeito - leia-se os gordinhos, estes ridículos. Marco Aurélio desfaz-se das mulheres, despejando seu machismo numa redução de Dilma, como mulher, à um peso carregado por Lula - peso no sentido literal - esquecendo-se de todo o peso intelectual que a recém-eleita presidenta do Brasil possui, esquecendo-se de sua importância à luta das mulheres por igualdade, à luta da esquerda por um Brasil melhor, à luta dos pobres desse país por um pouco de dignidade e oportunidades.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A violência de Marco Aurélio - que se desfaz da mulher intelectualmente é que menospreza as mulheres que não seguem os padrões estéticos - é o exemplo maior do humor que serve para travestir nossos preconceitos de forma socialmente aceita - o que os humoristas costumam chamar de "liberdade de expressão" e que ao menor sinal de crítica invocam a ditadura, comparando as críticas à censura dos militares.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A tristeza maior dessa charge é perceber a formatação do calabouço medieval que é a mente de Marco Aurélio. A tragédia consiste em perceber que - a julgar pelos fãs do chargista - uma parcela expressiva da nossa sociedade ainda separa as mulheres entre as que serão alvo do machismo que trata as mulheres como objetos sexuais e o machismo que agride e humilha as mulheres que não se encaixam no padrão estético do primeiro grupo.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A parcela da população que é representada por Marco Aurélio é a mesma que achou engraçado e até colou, na campanha eleitoral de 2006, adesivos de uma mão com quatro dedos e uma tarja vermelha atravessando o adesivo, numa clara agressão à Lula, utilizando como a característica do "nunca mais", justamente a deficiência que possui.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A parcela da população que é representada por Marco Aurélio é a mesma que achou muita graça na agressão ao mendigo que foi urinado e teve seu corpo pintado em Porto Alegre, um tempo atrás (<a href="http://blogdomirgon.blogspot.com/2010/04/vergonha-de-todos-nos.html">leia A Vergonha de Todos Nós</a>).</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A parcela da população que é representada por Marco Aurélio é a mesma que acha engraçado fazer piadas sobre negros, judeus, pobres, portadores de necessidades especiais, homossexuais, etc... São aqueles que ensinam seus filhos a praticar bullying contra os diferentes em suas escolas, são aqueles que tem suas portas sempre abertas à xenofobia. Marco Aurélio expôs as entranhas onde todos guardamos nossas vergonhas, nossos preconceitos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A parcela da população que é representada por Marco Aurélio é recheada por Mayaras Petrusos e uma legião de imbecis que vê graça onde só existe violência e - muitas vezes - sofrimento. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A parcela da população que é representada por Marco Aurélio tem muito a aprender com a parcela que disse "Sim, mulher pode".</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com13tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-62699372927109750232010-10-28T20:59:00.000-02:002010-10-28T20:59:10.782-02:00AS MULHERES PARA SERRA: PARIDEIRAS E PROSTITUTAS<div style="text-align: justify;">No dia 14 de outubro publiquei o texto <a href="http://gordinhasassumidas.com.br/blog/?p=4083">"Ainda hoje as mulheres são mantidas longe do poder"</a>, onde citei a "participação feminina" na campanha de José Serra à presidência da República. Serra jamais falou em participação das mulheres na política, jamais falou nos salários mais baixos que as mulheres recebem no mercado de trabalho, jamais falou na redução da violência contra a mulher, enfim, jamais falou em políticas públicas voltadas para as mulheres, a não ser aquelas voltadas à maternidade.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ao longo de todo o período eleitoral, Serra tratou as mulheres como sinônimo de parideiras. Afinal, é essa a mensagem que passa uma campanha que liga sistematicamente a questão da mulher apenas à maternindade. Se tivesse ficado somente nisso, teria sido a marca do machismo numa campanha marcada pelo religiosismo e a defesa de toda a agenda do conservadorismo mais retrógrado.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Mas Serra não pararia por aí. Em encerramento de ato político hoje, em Uberlândia, Serra voltou a pedir para que seus eleitores buscassem outros votos além do seu. A "novidade" na fala que ele vinha fazendo desde o primeiro turno foi pedir para que "meninas bonitas" seduzam homens para que votem nele.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Segundo matéria da Folha.com (<a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/821939-serra-pede-que-meninas-bonitas-consigam-votos-de-pretendentes.shtml">leia a íntegra da matéria</a>), Serra afirmou que "Se é menina bonita, tem que ganhar 15 [votos]. É muito simples: faz a lista de pretendentes e manda e-mail dizendo que vai ter mais chance quem votar no 45". </div><div style="text-align: justify;"> </div><div style="text-align: justify;">Como assim? Isso é degradante até mesmo para José Serra, baluarte do conservadorismo. Um homem que manda mulheres usarem o poder da sedução para tirar algo de valor (no caso o voto) de outros homens tem nome: Cafetão.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Serra, faltando poucos dias para o fim do segundo turno, inaugurou uma nova etapa no trato que sua campanha deu até então às mulheres. Evoluiu da mulher-parideira à mulher-prostituta. A maternidade é UMA das muitas características da mulher, mas a mulher não se resume à maternidade. Assim como a auto-exploração da sensualidade deve ser uma opção restrita ao indivíduo e respeitada por todos, mas NINGUÉM tem o direito de explorar a sexualidade e a sensualidade alheia.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Serra extrapola seu próprio machismo e atinge um novo patamar, o do explorador de mulheres, mas só as jovens e bonitas. Exatamente igual ao que faz qualquer cafetão quando "seleciona" meninas novas para agradarem seus clientes.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Se Serra já merecia toda a crítica pela ausência total de políticas públicas para mulheres, hoje Serra passou a merecer o desprezo que merece qualquer explorador dos atributos físicos e sexuais das mulheres.</div>Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7497750284028737874.post-20066704440149616492010-10-24T13:53:00.000-02:002010-10-24T13:53:56.798-02:00O BRASIL QUE QUEREM ESCONDER DE NÓS<div style="text-align: justify;">O fato mais importante da semana é, sem dúvida alguma, a taxa de desemprego que voltou a recuar e atingiu uma marca histórica: 6,2%. É a menor marca desde que começou a ser medida, em 2002. A taxa de desemprego medida em 2002, a primeira da série e no último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso foi de 12,6%. Ou seja: nos 8 anos de governo Lula a taxa de desemprego foi reduzida para menos da metade do que era com FHC. Em 8 anos, Lula reduziu à metade o desemprego construído ao longo de 500 anos de dominação, primeiro estrangeira, depois dos herdeiros destes, verdadeiras oligarquias nacionais que servem aos interesses estrangeiros em nome da preservação de seus próprios privilégios.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Infelizmente a marca histórica, razão mais do que suficiente para que recebesse a atenção e comemoração do país, foi escondida pela grande mídia nacional. Na Rede Globo, no Jornal Nacional, recebeu exatos 18 segundos, enquanto a matéria fraudulenta que tentou convencer o Brasil de que um objeto que só a Globo consegue ver atingiu Serra, disfarçando o ridículo à que seu candidato se expôs ao fazer uma tomografia por causa de uma bolinha de papel, mereceu do mesmo programa, 7 minutos.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Fosse o contrário, tivesse o Brasil atingido marcas históricas de crescimento do desemprego, e teríamos a capa de Veja tratando do assunto, tentando mostrar como o governo permitiu que se chegasse a isso; Teríamos todos os jornais impressos de grande circulação com matérias tratando do tema - alguns com direito a matéria especial na edição dominical; Teríamos certamente, um Globo Repórter falando sobre os brasileiros que driblam a crise e um Profissão Repórter falando sobre as filas no SINE e a perseguição à um posto de trabalho.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Felizmente para o Brasil, o cenário não é esse. Felizmente para o Brasil - utilizando-me da frase que a mídia tenta usar de forma pejorativa - nunca antes na história desse país as taxas de desemprego foram tão reduzidas. E não é o PT ou Lula que estão dizendo, é o IBGE.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Esse é o desespero das oligarquias - representadas nessa eleição por Serra: Está caindo a máscara. O ProUni - que o vice de Serra entrou na justiça para que fosse considerado inconstitucional - levou os índices de acesso universitário à classe C, D e E à patamares apenas antes sonhados. É o filho do pobre na universidade, é o filho do pobre virando "doutor". </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O pobre serve ao rico, logo, o filho do pobre servirá ao filho do rico, como o neto do pobre servirá ao neto do rico e assim sucessivamente. Esse é o sistema que "eles", primeiro os colonizadores, depois as oligarquias nacionais que foram suas herdeiras, construíram para nós. O problema que o ProUni cria é só um: Faz do filho do pobre um "doutor". Como poderá o filho do rico dominar o filho do pobre se este virou doutor? Esse é o desespero. É o início do fim dessas oligarquias, é o início do fim de um poder passado de uma geração à outra.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">É o mesmo desespero das "famiglias" que sempre dominaram os veículos de comunicação ao se depararem com o imenso poder que a internet fornece ao povo - e que a tendência é piorar (para o lado das "famiglias", é claro). O antes monopólio total da informação no Brasil está cada vez mais frágil. Nunca antes se viu uma imprensa tão desmoralizada, nunca se pensou em ver uma emissora como a Globo tão ridicularizada e desacreditada como agora.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Ver o país atingir patamares de emprego que podem levar o Brasil à uma situação de virtual pleno emprego de sua população é demais para eles. Permitir que isso virasse motivo de orgulho para os brasileiros seria o mesmo que reconhecer, finalmente, que o governo do operário nordestino, que o governo formado pelos súditos que lhes fugiram ao controle não só lhes derrotou nas urnas, mas também derrotou aos seus interesses mesquinhos, construindo, como diz a marca do governo federal, "Um País de Todos".</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Eles" procuraram durante toda a campanha a tal "Bala de Prata", algo que fosse tão impactante na campanha de Dilma, sucessora de Lula, que, uma vez atingida, não levantasse mais. Procuraram realizar todo tipo de baixaria, do ódio religioso, à agressão de uma bolinha de papel. Tudo em vão. Até mesmo a inesperada ida ao segundo turno foi devido ao "efeito Marina" e seus quase 20 milhões de votos. Serra, que inspirou todo tipo de ódio e discórdia, empunhando orgulhoso todo tipo de estandarte do atraso, jamais conseguiu crescer nas pesquisas. Pelo contrário, sua linha quando muito estabilizou em alguns momentos, no demais, foi queda livre.</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">O PSDB nunca encontrou a tal "Bala de Prata", mas sabem do efeito devastador que a repercussão da taxa de desemprego teria na grande massa. Para que se tenha uma idéia, Obama, nos Estados Unidos, enfrenta nesse momento a renovação do parlamento estadunidense - que lá é separada da eleição majoritária - e deve perder a maioria que possui no Congresso. E por que? Devido ao momento decadente de sua economia e as altas taxas de desemprego enfrentadas no país. Se nos Estados Unidos, país desenvolvido, a taxa de desemprego pode derrotar o presidente, imaginem o que a redução recorde da taxa pode fazer num país emergente como o Brasil, se a informação chegar às grandes massas?</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div>Exatamente: Seria a "Bala de Prata" na candidatura tucana. O PSDB não falou tanto em encontrar a tal "Bala de Prata"? Taí... Pena que a coragem do Serra termine no debate da bolinha de papel. O que eu queria ver, mesmo, é ele aceitar debater ProUni e taxa de desemprego no Brasil.Mirgon Kayser Juniorhttp://www.blogger.com/profile/05571041418486268709noreply@blogger.com0