A Faixa de Gaza e os campos de concentração.
Algumas vezes, embora possam ser evitados, alguns conflitos bélicos acabam sendo encarados como realidades tristes de uma coexistência humana em estágio ainda precario de organização.O que vemos, hoje, em Gaza, certamente não é mais um desses conflitos. Israel transformou, nos últimos 13 dias, a Faixa de Gaza em algo muito parecido com os campos de concentração nazistas por onde passaram milhares de "pais e mães" de Israel.
Numa pequena área (sim, pois a Faixa de Gaza é menor que a cidade de Porto Alegre), com mais de 1,5 milhões de habitantes, mais de 700 palestinos já foram assassinados (civis mortos indiscriminadamente não são "baixas civis", são assassinatos), outros 3 mil encontram-se feridos. Entre mortos e feridos, estão dezenas de crianças.
Numa situação assim, fica evidente que a população palestina esteja, em larga escala, refugiando-se em áreas mais seguras, fora da Faixa de Gaza, rezando para que tudo possa acabar logo, para que possam retornar aos seus lares e reconstruir suas vidas a partir dos escombros que a guerra deixa, certo? Errado.
Os palestinos não estão saindo de Gaza. Até agora, segundo fontes da ONU, somente 30 palestinos conseguiram fugir de Gaza, desde o dia 27 de dezembro, no início do conflito. Antes que alguém diga que os palestinos estão dispostos a morrer pelo seu governo, o Hamas, vamos à verdade dos fatos.
O que de fato está ocorrendo é que Israel impôs barreiras que impedem a população palestina de retirar-se de Gaza. Segundo a própria ONU, não há precedente histórico nas guerras urbanas esse tipo de postura de impedir a população civil de fugir da zona de morte.
Os civis palestinos teriam, como rota alternativa, a fronteira com o Egito. A Cruz Vermelha Internacional está exatamente nessa fronteira, aguardando os palestinos que até agora não vieram, pois o Egito recusa-se a abrir as fronteiras para a entrada dos refugiados.
Infelizmente, há muita retórica e pouca ação na tentativa de construir um cessar-fogo entre israelenses e palestinos. Egito e França muito tem falado, pouco tem feito de fato.
O mundo está acompanhando, em tempo real, por TV e Internet, um verdadeiro campo de concentração a pleno vapor em Gaza. A simpatia que o mundo tinha com o povo judeu por conta da II Guerra, está sendo destruída por Israel, que a está transformando em antipatia pela mesma razão, quase um século depois.
E a situação se agrava a passos largos. Foguetes foram disparados do Líbano, em direção a Israel. Não sabe-se de quem é a autoria dos disparos, mas isso nem importa de fato, assim como também não importa o que motivou os disparos. A questão é que a "Terra Santa" afunda-se, cada vez mais em guerras.
1 comentários:
É absurdo a mortalidade infantil nos conflitos de gaza as crianças não tem culpa da rivalidade entre palestinos e israelenses,isso tem que acabar logo.
13 de janeiro de 2009 às 17:34Postar um comentário