quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A Faixa de Gaza e os campos de concentração.

Algumas vezes, embora possam ser evitados, alguns conflitos bélicos acabam sendo encarados como realidades tristes de uma coexistência humana em estágio ainda precario de organização.

O que vemos, hoje, em Gaza, certamente não é mais um desses conflitos. Israel transformou, nos últimos 13 dias, a Faixa de Gaza em algo muito parecido com os campos de concentração nazistas por onde passaram milhares de "pais e mães" de Israel.

Numa pequena área (sim, pois a Faixa de Gaza é menor que a cidade de Porto Alegre), com mais de 1,5 milhões de habitantes, mais de 700 palestinos já foram assassinados (civis mortos indiscriminadamente não são "baixas civis", são assassinatos), outros 3 mil encontram-se feridos. Entre mortos e feridos, estão dezenas de crianças.

Numa situação assim, fica evidente que a população palestina esteja, em larga escala, refugiando-se em áreas mais seguras, fora da Faixa de Gaza, rezando para que tudo possa acabar logo, para que possam retornar aos seus lares e reconstruir suas vidas a partir dos escombros que a guerra deixa, certo? Errado.

Os palestinos não estão saindo de Gaza. Até agora, segundo fontes da ONU, somente 30 palestinos conseguiram fugir de Gaza, desde o dia 27 de dezembro, no início do conflito. Antes que alguém diga que os palestinos estão dispostos a morrer pelo seu governo, o Hamas, vamos à verdade dos fatos.

O que de fato está ocorrendo é que Israel impôs barreiras que impedem a população palestina de retirar-se de Gaza. Segundo a própria ONU, não há precedente histórico nas guerras urbanas esse tipo de postura de impedir a população civil de fugir da zona de morte.

Os civis palestinos teriam, como rota alternativa, a fronteira com o Egito. A Cruz Vermelha Internacional está exatamente nessa fronteira, aguardando os palestinos que até agora não vieram, pois o Egito recusa-se a abrir as fronteiras para a entrada dos refugiados.

Infelizmente, há muita retórica e pouca ação na tentativa de construir um cessar-fogo entre israelenses e palestinos. Egito e França muito tem falado, pouco tem feito de fato.

O mundo está acompanhando, em tempo real, por TV e Internet, um verdadeiro campo de concentração a pleno vapor em Gaza. A simpatia que o mundo tinha com o povo judeu por conta da II Guerra, está sendo destruída por Israel, que a está transformando em antipatia pela mesma razão, quase um século depois.

E a situação se agrava a passos largos. Foguetes foram disparados do Líbano, em direção a Israel. Não sabe-se de quem é a autoria dos disparos, mas isso nem importa de fato, assim como também não importa o que motivou os disparos. A questão é que a "Terra Santa" afunda-se, cada vez mais em guerras.

1 comentários:

Anônimo disse...

É absurdo a mortalidade infantil nos conflitos de gaza as crianças não tem culpa da rivalidade entre palestinos e israelenses,isso tem que acabar logo.

13 de janeiro de 2009 às 17:34

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