sexta-feira, 3 de julho de 2009

Qual o destino da esquerda socialista?

Somos hoje uma esquerda que precisa, urgentemente, reencontrar-se, recompor-se e reconstruir seu programa.

O mundo mudou muito desde a revolução soviética. As experiências socialistas do século XX não conseguiram excluir a proletarização da população e, havendo a proletarização, não conseguiram superá-la.

As nossas experiências ao redor do mundo excluiram a democracia de forma cabal. Na URSS, sob o regime de Stálin, foram sepultadas todas as teses democráticas e de justiça social. O poder jamais foi compartilhado com o povo, pelo contrário. Uma fração do Partido Comunista "tomou" as estruturas de uma forma que, não só regeu o povo com punhos de ferro, como também domesticou o conjunto do partido, descolando-se de suas instâncias.

A China, tem alterado sua política econômica de tal forma que, hoje, é impossível diferencia-la de uma ditadura capitalista.

Como encaramos esses fatos? Alguns abandonaram o socialismo. Os que ficam dividem-se entre: os que recusam-se a ver a realidade, adotando posturas esquizofrênicas, vivendo como viuvas do espólio soviético; entre os que passaram a defender o capitalismo-social que rendeu alguns avanços na Europa, mas que alcançou seu teto rapidamente; e os que ainda não sabem o que fazer ou para onde ir.

Seja o caso que for, é importante que retomemos debates programáticos. Apesar de permanecer atual, Marx já não responde mais a algumas questões, como por exemplo, essa sociedade técnica, completamente informatizada e que tende a automatizar cada vez mais a produção.

Como seria uma sociedade socialista "desproletarizada", completamente automatizada? De que maneira a massa humana seria organizada e qual o destino da força-trabalho? Seria a produção intelectual e cada vez mais científica a nova forma do proletariado?

Que política econômica implementar? Que resposta às caracteristicas do Brasil um modelo socialista precisa dar? Como constituir um modelo que responda aos anseios democráticos da população?

São perguntas que nós não temos respostas. Essas são as perguntas que temos que responder. Depois de responde-las, saberemos o destino da esquerda.

4 comentários:

Pitaconojogo.blogspot.com disse...

Excelente blog, mt bem escrito parabens pelo trabalho

3 de julho de 2009 às 02:11
Eduardo Sejanes Cezimbra disse...

Mirgon,
Bom que retornaste a escrever.Sempre bem articulado!
Teu blog já foi atualizado na nossa RETRANS.
Grato
ABC

3 de julho de 2009 às 10:56
Cristina Obredor disse...

Mirgon, muito boa sua colocação, clara e direta.
Aqui vai minha humilde opinião,
Acredito que para olharmos para o futuro não podemos fazê-lo olhando para trás. Teremos que transformar os códigos e as respostas para nos adaptarmos ao novo momento histórico.

Mantendo a comum aspiração de superação da dor e o sofrimento para todos os seres humanos, as respostas deverão ter como valor central esse mesmo: a superação da dor para todos, iguais possibilidades reais para todos. E não vejo que isso possa acontecer baseados em teorias ou dogmas, e sim somando as importantes contribuições que agrupações variadas e muitos homens e mulheres ‘inspirados’ fizeram e fazem ao longo da História. E com o foco da importância da vida e do ser humano como valor central, em lugar do dinheiro, poder, lucro, e outros desvios que costumam se enraizar como vírus naqueles que chegam a ter poder de decisão sobre as resoluções que afetam a muitos.

Acredito que essa sociedade do futuro compreenderia que não só a ciência é digna de se desenvolver, mas também a arte, o esporte, a cultura, e tudo que é motivo do interesse humano e produto da atividade humana, tudo faz parte, não somos robôs , somos criadores e sujeitos da Historia.

3 de julho de 2009 às 15:08
Manuel Corpaccio disse...

Que coisa, acredita ainda em comunismo e socialismo. Está indo contra a maré novamente, admite que a sociedade agora é informatiza e informada. Acusa o povo do crime de ser proletário, mas ao mesmo tempo não consegue definir qual o modelo econômico ideal. Você é o esquisofrênico que restou depois da queda do muro de Berlim. Ficou perdido ao ver sua ideologia comunista ruim depois de milhões de pessoas morrerem para simplesmente perceberem que as ideias estavam totalmente erradas.
Viverás com uma sombra erante pelos seres humanos que tem consciência e não se enganaram com as vitrines do socialismo.
Irá sempre remar contra a maré,será um pária neste mundo. Um aloprado, igual aos que lulla definiu quando renegou o PT.
Será tua sina até o final dos seus dias, não viver sua vida e ainda pensar que está sempre certo em seus desvaneios lunáticos.

18 de fevereiro de 2010 às 21:07

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