domingo, 28 de fevereiro de 2010

MORTE DE ELISEU - TESE DE EXECUÇÃO SE FORTALECE

Os últimos desdobramentos da investigação sobre o chocante assassinato de Eliseu Santos confirmam que não houve anúncio de assalto.

Denise, viúva de Eliseu confirmou - em depoimento à polícia - que não houve nenhum tipo de anúncio de assalto pelos assassinos.

Esse fato reforça a possibilidade de que o crime teria sido, realmente, uma execução, tese defendida por este blog desde o anúncio da morte, ainda sexta-feira a noite.

A morte de Eliseu guarda certas semelhanças com a de Marcelo Cavalcanti. Ambas aconteceram em momentos em que um grande escândalo dos governos aos quais faziam parte vinham a tona.

Cavalcanti havia concordado em dar informações à Polícia Federal sobre os escândalos do DETRAN e outros, que vinham sendo investigados pela CPI da Corrupção, na Assembléia Legislativa. Cavalcanti sabia com quem estava lidando e estava com medo, tanto que dentro do acordo de delação, Cavalcanti receberia - através do programa de proteção à testemunha - uma nova identidade, profissão e vida, para que ele e sua familia pudessem ter um mínimo de proteção.

Eliseu foi morto em um momento em que o escândalo da Sollus e os R$ 10 milhões desviados da saúde pública de Porto Alegre vem à tona e a oposição na Câmara de Vereadores tentam colher assinaturas para a abertura de uma CPI na saúde da cidade. Eliseu era o secretário da saúde do município.

Essas semelhanças que os dois casos guardam merecem um olhar atento de todos nós, pois a morte de Eliseu possui vários indícios de ter tido causas políticas de queima de arquivo, assim como aconteceu com Cavalcanti.

Não é pouca coisa a metamorfose que ocorre no perfil político de nosso estado. O Rio Grande do Sul tem apresentado características que misturam a "política da bala" de alguns rincões do Brasil e a formação mafiosa de grandes e complexas quadrilhas na política do estado.

Esperemos que a realização da CPI da Saúde na Câmara de Vereadores realmente seja instalada, não apenas pelo desvio de recursos públicos, mas porque a descoberta dos desvios coincidiu - casualmente - com a triste e desumana execução de Eliseu, secretário da pasta roubada, na frente de sua companheira e sua filha.

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