segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Carta de Espíritas Com Dilma

Reencarnacionistas que somos, nós espíritas, estudiosos e seguidores do trabalho de Allan Kardec, acreditamos que estamos nesse mundo para cumprir o propósito de progredir espiritualmente, aprimorarmo-nos como indivíduos, intelectual e emocionalmente, encarnação após encarnação, trilhando uma longa jornada rumo a existências mais perfeitas, descortinando palmo a palmo o próprio significado desse caminho. 

Há os espíritas que pensam que teologia e política não se misturam. Temos a consciência de que as mazelas e crises sociais, humanitárias, ambientais e econômicas são fruto de nossas próprias imperfeições e derivadas de nossa limitação em organizarmos nossa vida coletiva de forma pacífica, democrática e fraterna, nisso concordamos. Mas temos também a consciência de que buscar somente o aprimoramento individual é de certa forma, exercitar também o egoísmo e o individualismo que não combinam com nossos objetivos mais íntimos. Nesse sentido, lembramos o professor Herculano Pires em sua obra “O Reino”: “transformar o mundo pela transformação do homem e transformar o homem pela transformação do mundo. Eis a dialética do Reino” (Pires, 1967). 

Esse processo histórico que não se esgotará em tempo visível no horizonte demanda também comprometimento e posicionamento sobre as coisas da nossa vida em sociedade. Seria contraditório falar em “humanidade” abrindo mão de pensarmos naquilo que de fato nos faz humanos: a capacidade de nos relacionarmos e convivermos como sujeitos inseridos dentro de um grande organismo que chamamos humanidade. 

Se as guerras, a fome, o crime, a violência e a miséria são causadas por nossas imperfeições e por isso devemos progredir espiritualmente, também significa dizer que a formação do Estado é carregada dessas mesmas imperfeições. Ao lembrar Herculano Pires, retomamos a necessidade de que não percamos de vista que a resolução dos problemas da humanidade parte do aprimoramento individual, mas não se encerra nele. 

Compreendemos que esse progresso da humanidade não é compulsório, é antes de tudo, uma decisão. É preciso que o homem deseje que a sociedade progrida para que de fato possamos fazê-lo. E não basta desejar o progresso, é preciso decidir que progresso, como e para onde vamos caminhar. Se é fato para nós que não existe involução espiritual, o mesmo não se aplica ao universo coletivo. Nesse sentido, comprometidos com um mundo melhor para nossos filhos e para nossas próximas encarnações, não podemos deixar de nos posicionar nas instâncias democráticas que nos permitem tomar partido da visão de mundo que consideramos mais próxima de nossos sonhos. Não podemos nos furtar aos mecanismos democráticos como as eleições, como se não tivéssemos aqui também, trabalhando como espíritas para tudo aquilo que nos é mais caro. 

É preciso avançar na construção coletiva levando a termo o progresso individual – e aqui vale contextualizar e materializar: é preciso avançar na formação do Estado, nas instituições públicas (leia-se humanas e coletivas) e combater fortemente os vícios de origem de nossa sociedade, que são a guerra, a violência, a miséria e a dominação do homem pelo homem. 

Compreendemos que os governos Lula e Dilma colocaram o Brasil no rumo de uma visão de mundo que nos representa. Vemos na reeleição de Dilma a possibilidade de seguirmos adiante no combate à desigualdade e à miséria, no combate a toda forma de violência, no combate a toda forma de dominação do homem pelo homem, seja física, psicológica ou econômica. 

Vemos na forma como estes governos conduziram nossa economia nos momentos de crise, na forma como estes governos buscaram mais igualdade e desenvolvimento a partir da distribuição de renda, na forma como o Brasil passou a investir em tecnologia e educação através de programas como o ProUni, na política externa adotada pelo Brasil na relação com os outros países do mundo, notadamente o reposicionamento com os países africanos e latino-americanos a representação daquilo que sonhamos em nossos estudos e debates espíritas. 

É por isso que declaramos nosso apoio à presidenta Dilma nessas eleições de 2014 e pedimos a reflexão e o apoio de todos aqueles que como nós, sonham com uma sociedade mais justa, um mundo mais equilibrado, uma sociedade mais saudável e uma humanidade mais feliz. 

Encerramos com um recado diretamente à nossa chefe de Estado: Dilma, presidenta do Brasil, por tudo que foi feito até aqui e por tudo o que ainda pode ser feito, estamos contigo para que tenhas mais quatro anos para avançar rumo ao Brasil que sonhamos. 

Outubro de 2014 

Mirgon Kayser Junior – mirgonkjunior@yahoo.com.br 
Newenton Rodrigues Vargas – neventon@gmail.com 
João Afonso Filho – joaoafonso.pb@gmail.com 
João A.V. Donha – vendrani@hotmail.com 
Ricardo de Morais Nunes – ricardomnunes1@gmail.com 
Delma Crotti – delmacrotti@gmail.com 
João Carlos de Freitas – joaocarlos@casla.com.br 
Merlânio Maia – merlanio@gmail.com 

1 comentários:

Nevo disse...

Bom dia Mirgon
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20 de outubro de 2014 às 09:16

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