terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Uma chance de paz no Oriente Médio

Na semana passada ocorreram as eleições parlamentares em Israel. Nessa eleição houve uma grande polarização entre o Partido Kadima, de Tzipi Livni, e o Partido Likud, de Benjamin Netanyahu. Houve polarização durante a campanha e um grande equilíbrio no resultado: o Kadima fez 28 cadeiras e o Likud, 27. Agora, ambos aguardam a indicação de quem será o novo - ou nova - premiê de Israel: Livni ou Netanyahu. A indicação deverá ser feita nos próximos dias, pelo presidente Shimon Peres, que deverá formar o novo governo de Israel.

O mundo aguarda essa indicação como quem aguarda, no futebol, a o desfecho de uma jogada que colocou a bola dentro da pequena área, na cabeça de Shimon Peres, com o goleiro já batido.

Não há exagero nessa afirmação, uma vez que a grande polarização da campanha entre os dois partidos foi, justamente, a estratégia para a construção da paz na região.

Benjamin Netanyahu segue uma linha política muito parecida com a exercida por Bush durante seu governo nos Estados Unidos: "Negociar é para os fracos. Os fortes dominam e os fracos que se resignem." Netanyahu defende a "fronteira bíblica" para o Estado de israel, ou seja, as mesmas fronteiras de 2 mil anos atrás. para isso, Netanyahu defende o uso da força e a ocupação definitiva dos territórios palestinos, cujos habitantes devem aceitar viver no Estado judeu ou ir embora.

Tzipi Livni segue uma linha de conciliação e construção de uma paz verdadeira. Para isso, Tzipi defende algo que, desde o início dos confrontos, ainda em dezembro do ano passado, eu vinha pautando em meus artigos: A definitiva renúncia de Israel à Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Evidente que a engenharia geográfica teria que ser remodelada para que os dois territórios palestinos pudessem ser unificados em um só, tendo em vista que Gaza e a cisjordânia são divididas por Israel.

Livni defende que os judeus precisam "desistir de metade das Terras de Israel", fazendo referencia às fronteiras bíblicas. Sinceramente, não vejo essa decisão apenas como "um caminho para a paz", vejo-a como o ÚNICO caminho verdadeiro para a paz.

O Partido Kadima é maior que o Likud, na comparação das bancadas. Entetanto, é minoria, se forem somadas as cadeiras dos partidos que convergem com o Likud. Esse fato pode vir a inviabilizar que Peres venha a formar um novo governo indicando Livni como Premiê, uma vez que a pressão política para que Netanyahu seja o indicado será enorme.

Agora, está nas mãos do Presidente de Israel, Shimon Peres, o destino da paz no Oriente Médio. O mesmo Shimon Peres que, a alguns anos atrás, dividiu com o então presidente da Autoridade palestina, Yasser Arafat, o Prêmio Nobel da Paz. Foram anos em que ambos fizeram com que a paz na região estivesse muito próxima.

Espero que essa decisão seja tomada, não pelo Shimon Peres, presidente, tão suscetível aos meandros da política, mas pelo Shimon Peres, Prêmio Nobel da Paz. E que Yasser Arafat, em espírito, esteja ao seu lado na hora de decidir.

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