Governo Yeda: Quem matou Marcelo Cavalcanti?
A ofensiva da governadora Yeda Crusius em seu recente pronunciamento, tentando desmentir as denúncias que estão colocadas contra ela foi o legítimo caso onde era melhor ter ficado calada, pra não chamar a atenção ainda mais.A tucana tentou desqualificar as denúnicas atribuindo-as à "direita golpista" (???) e à "esquerda pseudorrevolucionária". Sinceramente, essa parte eu não entendi completamente. Quanto à "esquerda pseudorrevolucionária", tenho certeza de que trata-se de uma alusão ao PSOL e ao PT, os partidos que tem desacordo programático com esse escandaloso governo do RS. Agora, quem seria a tal "direita golpista"? Será que Yeda refere-se à pessoas ligadas ao seu governo (afinal, a direita inteira integra o governo), que estariam repassando informações sobre as ilicitudes que estão ocorrendo com participação e/ou anuência do Piratini?
As implicações do governo vão muito além de denúncias. Existem fatos e circunstâncias graves envolvendo o governo. Yeda viu cair o seu então Chefe da Casa Civil, César Busatto, por ter sido flagrado tentando "vender um lote" ao vice-governador e explicando como funciona o loteamento dos órgão públicos para financiar os partidos integrantes do Governo Yeda. Isso não é coisa inventada. Está em fitas de áudio, às quais toda a população gaucha teve amplo acesso através de TODAS as emissoras de rádio e TV do estado, durante a cobertura da CPI do Detran.
Aliás, a CPI do Detran teve seu inquérito encerrado, mas o processo judicial está em andamento. Falta ainda o governo explicar onde estão os R$ 40 milhões que foram desviados dos cofres públicos.
Há ainda a questão da compra da mansão de Yeda logo após sua eleição para governadora do estado. Yeda nunca teve patrimônio suficiente para a aquisição daquela mansão. Adquiriu pela metade do preço (pelo menos no papel) e debocha do povo gaúcho ao dizer que vendeu seu antigo apartamento para ajudar a juntar o montante total, quando é pública a informação de que Carlos Crusius - seu agora ex-marido - a vários meses segue morando na antiga residência do casal.
Em fevereiro, fomos surpreendidos pela morte de Marcelo Cavalcanti. Relações obscuras de poder pressionam para que seja concluído o caso como suicídio. Mas, por que alguém que poucos dias antes havia solicitado ingresso no Programa de Proteção à Testemunha e acordado que colaboraria com as investigações, haveria de suicidar-se? Suicídio ou "queima-de-arquivo"? Se foi uma execução, a razão mais provável é que Cavalcanti tivesse conhecimento e acesso a provas muito contundentes e que implicariam de vez algum, ou alguns, ou todos os envolvidos nessa verdadeira máfia que saqueou o Detran gaúcho.
A tese de suicídio é a mais frágil, como o ex-deputado federal Marcos Rolim e atualmente consultor em segurança pública salienta. Segundo Rolim, são raros os casos de suicídio por afogamento, uma vez que a busca pelo oxigênio é instintiva, não sendo possível controlar uma submersão até a morte. Por esse motivo, a opção pelo afogamento é rara, além do fato de que, não sendo instantânea, causa dor e sofrimento. A questão é: quem matou Marcelo Cavalcanti? Meu palpite é que está ligado às informações que Marcelo poderia repassar à justiça, através do Programa de Proteção à Testemunha.
Todos esses fatos não são retórica irresponsável da esquerda ou da direita (Yeda consegue acusar seus próprios aliados...). São fatos. Fatos. Constam na história gaúcha. Mancham a história gaúcha.
Não, Yeda, a culpa não é dos outros. O governo corrupto é teu. A corrupção é tua. E nem podes tentar dizer que foram os outros que fizeram sem saberes, porque quem comprou uma mansão com dinheiro sujo foste tu. Quem formou quadrilha e desviou recursos foste tu.
Agora, a pergunta que fica no ar é: Quem matou Marcelo Cavalcanti?
1 comentários:
Oi Mirgon,
5 de março de 2009 às 11:00gosto de seus comentários, sua maneira corajosa de expor seus pontos de vista.
Estamos na época da compra de mansões e isso só confirma que a cada dia nós, brasileiros, estamos mais coniventes com essa bandalheira toda.
Paz pra você.
Margarete Maria
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