domingo, 24 de outubro de 2010

O BRASIL QUE QUEREM ESCONDER DE NÓS

O fato mais importante da semana é, sem dúvida alguma, a taxa de desemprego que voltou a recuar e atingiu uma marca histórica: 6,2%. É a menor marca desde que começou a ser medida, em 2002. A taxa de desemprego medida em 2002, a primeira da série e no último ano do governo de Fernando Henrique Cardoso foi de 12,6%. Ou seja: nos 8 anos de governo Lula a taxa de desemprego foi reduzida para menos da metade do que era com FHC. Em 8 anos, Lula reduziu à metade o desemprego construído ao longo de 500 anos de dominação, primeiro estrangeira, depois dos herdeiros destes, verdadeiras oligarquias nacionais que servem aos interesses estrangeiros em nome da preservação de seus próprios privilégios.

Infelizmente a marca histórica, razão mais do que suficiente para que recebesse a atenção e comemoração do país, foi escondida pela grande mídia nacional. Na Rede Globo, no Jornal Nacional, recebeu exatos 18 segundos, enquanto a matéria fraudulenta que tentou convencer o Brasil de que um objeto que só a Globo consegue ver atingiu Serra, disfarçando o ridículo à que seu candidato se expôs ao fazer uma tomografia por causa de uma bolinha de papel, mereceu do mesmo programa, 7 minutos.

Fosse o contrário, tivesse o Brasil atingido marcas históricas de crescimento do desemprego, e teríamos a capa de Veja tratando do assunto, tentando mostrar como o governo permitiu que se chegasse a isso; Teríamos todos os jornais impressos de grande circulação com matérias tratando do tema - alguns com direito a matéria especial na edição dominical; Teríamos certamente, um Globo Repórter falando sobre os brasileiros que driblam a crise e um Profissão Repórter falando sobre as filas no SINE e a perseguição à um posto de trabalho.

Felizmente para o Brasil, o cenário não é esse. Felizmente para o Brasil - utilizando-me da frase que a mídia tenta usar de forma pejorativa - nunca antes na história desse país as taxas de desemprego foram tão reduzidas. E não é o PT ou Lula que estão dizendo, é o IBGE.

Esse é o desespero das oligarquias - representadas nessa eleição por Serra: Está caindo a máscara. O ProUni - que o vice de Serra entrou na justiça para que fosse considerado inconstitucional - levou os índices de acesso universitário à classe C, D e E à patamares apenas antes sonhados. É o filho do pobre na universidade, é o filho do pobre virando "doutor". 

O pobre serve ao rico, logo, o filho do pobre servirá ao filho do rico, como o neto do pobre servirá ao neto do rico e assim sucessivamente. Esse é o sistema que "eles", primeiro os colonizadores, depois as oligarquias nacionais que foram suas herdeiras, construíram para nós. O problema que o ProUni cria é só um: Faz do filho do pobre um "doutor". Como poderá o filho do rico dominar o filho do pobre se este virou doutor? Esse é o desespero. É o início do fim dessas oligarquias, é o início do fim de um poder passado de uma geração à outra.

É o mesmo desespero das "famiglias" que sempre dominaram os veículos de comunicação ao se depararem com o imenso poder que a internet fornece ao povo - e que a tendência é piorar (para o lado das "famiglias", é claro). O antes monopólio total da informação no Brasil está cada vez mais frágil. Nunca antes se viu uma imprensa tão desmoralizada, nunca se pensou em ver uma emissora como a Globo tão ridicularizada e desacreditada como agora.

Ver o país atingir patamares de emprego que podem levar o Brasil à uma situação de virtual pleno emprego de sua população é demais para eles. Permitir que isso virasse motivo de orgulho para os brasileiros seria o mesmo que reconhecer, finalmente, que o governo do operário nordestino, que o governo formado pelos súditos que lhes fugiram ao controle não só lhes derrotou nas urnas, mas também derrotou aos seus interesses mesquinhos, construindo, como diz a marca do governo federal, "Um País de Todos".

"Eles" procuraram durante toda a campanha a tal "Bala de Prata", algo que fosse tão impactante na campanha de Dilma, sucessora de Lula, que, uma vez atingida, não levantasse mais. Procuraram realizar todo tipo de baixaria, do ódio religioso, à agressão de uma bolinha de papel. Tudo em vão. Até mesmo a inesperada ida ao segundo turno foi devido ao "efeito Marina" e seus quase 20 milhões de votos. Serra, que inspirou todo tipo de ódio e discórdia, empunhando orgulhoso todo tipo de estandarte do atraso, jamais conseguiu crescer nas pesquisas. Pelo contrário, sua linha quando muito estabilizou em alguns momentos, no demais, foi queda livre.

O PSDB nunca encontrou a tal "Bala de Prata", mas sabem do efeito devastador que a repercussão da taxa de desemprego teria na grande massa. Para que se tenha uma idéia, Obama, nos Estados Unidos, enfrenta nesse momento a renovação do parlamento estadunidense - que lá é separada da eleição majoritária - e deve perder a maioria que possui no Congresso. E por que? Devido ao momento decadente de sua economia e as altas taxas de desemprego enfrentadas no país. Se nos Estados Unidos, país desenvolvido, a taxa de desemprego pode derrotar o presidente, imaginem o que a redução recorde da taxa pode fazer num país emergente como o Brasil, se a informação chegar às grandes massas?

Exatamente: Seria a "Bala de Prata" na candidatura tucana. O PSDB não falou tanto em encontrar a tal "Bala de Prata"? Taí... Pena que a coragem do Serra termine no debate da bolinha de papel. O que eu queria ver, mesmo, é ele aceitar debater ProUni e taxa de desemprego no Brasil.

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