quarta-feira, 20 de outubro de 2010

QUEM PLANTA ÓDIO, ACABA COLHENDO ÓDIO

Antes de mais nada, deixo claro que toda forma de agressão é sempre condenável. Sou a favor de uma cultura de paz e não-violência em nossa sociedade. Portanto, condeno a agressão sofrida pelo candidato à presidencia José Serra, seja quem tenha sido o agressor - que até o momento não é conhecido, nem qual teria sido sua motivação.

Agora, em tempos de eleições teologizadas, encaixa-se como uma luva a famosa frase de Jesus Cristo "Dai a César o que é de César". José Serra tem disseminado o ódio em larga escala nessa eleição. Serra conclamou os religiosos numa cruzada contra o aborto. O próprio Serra empenhou-se em condenar com a mão pesada do sensacionalismo todas as pessoas que acham que o debate do aborto deve ser realizado de forma responsável e a salvo da opinião teológica, sempre íntima e pessoal.

Em tempos de eleições teologizadas, não podemos deixar de verificar as enormes semelhanças entre a campanha de Serra e o Tribunal da Santa Inquisição na Idade Média. Aliás, pelo contrário, verificar essas semelhanças explica muita coisa.

Serra tem sido o verdadeiro estandarte do ódio, incentivando o anti-petismo, incentivando o preconceito contra o pensamento divergente, plantando no imaginário popular que ele é do bem e que, portanto, a Dilma e o PT são do mal e devem ser derrotados a qualquer custo. A luta do bem contra o mal. A tática exata utilizada por George W. Bush para disseminar a discórdia, o ódio e criar uma década de guerra, morte e destruição no mundo.

Os e-mails com uma pretensa ficha criminal de Dilma, a tentativa de fazer com que a população a visse como uma "perigosa terrorista", a mulher de Serra, Mônica, dizendo por aí que "Dilma, se eleita, irá matar nossas criancinhas" - uma sandice que nem pode ser levada a sério, mas que foi dita - a operação de telemarketing invadindo residências para difamar Dilma...  Tudo isso é a desseminação do ódio, a pregação da violência.

George W. Bush levou uma sapatada. Serra, seu pupilo e admirador, acabou levando uma  bolinha de papel na cabeça. É condenável, mas não inexplicável. Serra não pode se dizer ofendido ou admirado por essa agressão. 

Quem planta ódio, acaba colhendo ódio.

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