Não nos representam
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Sede do Parlasul - Fonte: Assessoria/Parlasul |
O Parlasul foi criado
em 2006 com regras muito claras de representação: são os povos que
estão lá representados. Não são os governos, não são os
legislativos, não são os judiciários, mas sim o povo. Por isso, o
regimento do Parlasul determina que os seus parlamentares devem ser
eleitos através de sufrágio universal, direto e secreto. Ou seja:
brasileiros nas urnas elegendo seus representantes. Para garantir que
a representação de fato seja da população e completamente
independente de outras esferas de poder nos países de origem, os
parlamentares do Mercosul tem o exercício de seus cargos
considerados incompatíveis com o desempenho de mandatos legislativos
ou executivos nacionais.
O Brasil possui 37
cadeiras no Parlasul. O Congresso Nacional vem, no dito popular,
"fingindo-se de morto para passar bem". A despeito do tempo
de sobra (até aqui 7 anos!) para aprovar uma legislação adequada
para esse importante fórum, o Congresso realiza um loteamento de 27
vagas do Parlasul para a Câmara dos Deputados e outras 10 para o
Senado e “estamos conversados”.
Essas 37 vagas deveriam
ser preenchidas por voto popular e direto e não poderiam ser
preenchidas por deputados, senadores ou assemelhados. O regimento é
muito claro sobre isso: são funções incompatíveis. Todos os
parlamentares que atualmente compõem o Parlasul silenciosamente, são
coniventes com essa apropriação e estão tomando decisões para as
quais não foram legitimamente eleitos.
Esses parlamentares não
nos representam. Nem a mim, nem a ninguém. Foram eleitos para
desempenhar uma função determinada como parlamentares no conjunto
da República, mas não para nos representar no Parlamento do
Mercosul.
Assim, cabe perguntar
aos deputados e senadores de onde foi que tiraram a ideia de
que “designados por ato assinado pelo presidente da Mesa Diretora”
do Congresso é sinônimo para “eleição direta, secreta e
universal”.
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