sábado, 14 de junho de 2014

Os espanhóis e os macacos brasileiros


Chega a ser engraçado o piti dos torcedores espanhóis nos chamando de "macacos que passam fome"... Confesso que compreendo os coitados. Imaginem que os caras vem aqui, carregam boa parte das riquezas de toda a América Latina para construir a "pujante sociedade espanhola" e suas belas cidades e, quinhentos anos depois, estão quebrados, falidos, com taxas de desemprego recorde e a impressão de que não tem como sair do atoleiro tão cedo... 

Vir à ex-colônia disputar a Copa do Mundo com a sua seleção que hoje é um dos poucos orgulhos que a Espanha sustenta para o mundo, tomar um laço já na primeira partida e ainda ver os ex-dominados chacoteando em favor da Holanda deve ter sido demais, quebrado tudo por dentro.

Enquanto isso, nós, parte das colônias, os subdesenvolvidos macacos que passam fome desfilamos em meio à crise como os Pinguins de Madagascar: "sorrindo e acenando"... Não sei o que esses espanhóis consideram como passar fome, mas nossas miseráveis mesas tem andado nos últimos anos muito mais apetitosas do que o "caldo de meia" que a população anda tomando por lá.

Por questões humanitárias, visto o desespero que já anda destemperando até mesmo a lucidez dos viventes, talvez eu passe a defender o perdão da dívida histórica que essa turma tem conosco - até porque no quadro atual, se formos de fato cobrar tudo o que roubaram daqui, terão que penhorar até a coroa do "novo-rei" Felipe de Borbón. E não queremos isso, principalmente porque quando penhorarem a coroa, significa que já terão tirado os dedos da população. Porque o velho ditado vale para os anéis, não para a orgulhosa coroa.

E mesmo que já nos devam até as cuecas, saibam os espanhóis que esses macacos aqui que passam fome são também solidários e hospitaleiros e se a coisa pesar demais por lá, nos mobilizaremos para arrecadar alimentos e cobertores enquanto seus dirigentes fazem um curso intensivo de como transformar um país de joelhos em uma nação orgulhosa. Já estivemos nessa situação.

Minha solidariedade!

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