sábado, 24 de outubro de 2009

Jesus Cristo, Judas, Lula e a vigília do Virgílio...

Ser oposição num país como o Brasil deve ser realmente algo bastante difícil em tempos de Governo Lula. Convenço-me disso toda vez que a turma do PSDB e do DEM tenta instalar uma crise na República. Está se tornando ridículo o comportamento da oposição. Daqui a pouco Arthur Virgílio e cia. estarão acompanhando a retirada do lixo da Granja do Torto, pra ter o que denunciar caso uma garrafa PET seja colocada por engano no saco do lixo orgânico.

A mais nova "bomba" que recai sobre o Planalto é a metáfora utilizada por Lula para explicar porque precisa submeter-se a trabalhar com gente da laia de José Sarney. A metáfora de Lula foi sensacional. Disse o nosso presidente: "Se Jesus Cristo fosse presidente de um país e Judas tivesse um mandato de qualquer coisa, Jesus teria que fazer algumas concessões à Judas para poder governar".

Segundo Arthur Virgílio, Lula blasfemou. Discordo. Lula foi apenas claro no que disse e analisou algo que é da natureza humana e que é previsto, inclusive, nos ensinamentos cristãos, ou seja: Realizar sacrifícios para atingir um bem comum.

Mas de toda forma, é preciso que o senador Virgílio dê-se conta de que o brasil é um país laico, sem referências religiosas oficiais e para quem Jesus Cristo deve ser tão somente uma referência histórica como são todos os outros messias, líderes, filósofos e outras denominações existentes no mundo.

E se isso não for suficiente, tenho mais uma razão para concordar com Lula: a metáfora fala da necessidade de realizar acordos em nome da governabilidade. Portanto, fazer concessões em nome de um bem comum, em nome do progresso de um projeto de país.

Difícil mesmo é encontrar uma metáfora que explique os anos de governo FHC e as privatizações, o arroxo salarial do funcionalismo público, o salário mínimo de fome, a falta de políticas públicas setoriais, a falta de investimentos em infra-estrutura, os apagões elétricos, o sucateamento do Estado, a falta de soberania nacional...

Difícil é encontrar uma metáfora que explique como a governadora tucana Yeda Crusius, sustentada pelo senador Virgílio, comprou uma mansão com dinheiro evidentemente ilícito e depois a mobiliou com dinheiro dos cofres do governo gaucho, incluindo aí um utilíssimo puff verde-kiwi, de fundamental importância para a governabilidade do Rio Grande do Sul.

Mas crueldade não, né? Podemos ser um pouco mais condescendentes e pedir ao senador Virgílio que apenas encontre uma metáfora para explicar a relação da oposição para com o governo Lula. Posso até dar uma sugestão: A raposa e as uvas....

2 comentários:

Achel Tinoco disse...

Acontece que no Brasil não temos nenhuma oposição. Eles quando dizem estar na oposição é o que se entende por metáfora política, aquela em que se opôe a tudo e a todos apenas para ter o nome registrado em alguma lista e daí tirar algum benefício.

24 de outubro de 2009 às 18:50
Achel Tinoco disse...

ORAÇÃO DO MENSALÃO

Senhor dos políticos, perdoai os nossos poucos pecados assim como os temos cometido vez por outra quando não estás olhando, e não nos livrai do Mensalão — dinheirinho extra que entra no caixa dos nossos paletós para nos perpetuar no poder. Outro dia nós pecamos, é verdade, pusemos na cueca umas notinhas de 100 reais, sobra de umas campanhas para prefeitos, deputados, governadores et cetara, mas não nos deixai cair em desgraça, afinal fazemos isso faz tempo e enquanto não nos traiam — um e outro dissidente insatisfeito com a fatia que lhe coube do bolo —, e nos flagrem com a mão por dentro das calças.
Ó, pai, que o dia de amanhã nos dê tempo para criar uma desculpa plausível e explicar o inexplicável ato; que nossos advogados possam inventar invariavelmente uma defesa justa e convincente para nos livrar da imprensa bisbilhoteira; que não nos arreliem com as caixas de panetone que distribuiremos hipoteticamente ao povo pobre e sofredor que à época do Natal nada tem sobre a mesa senão a esperança de recebê-las um dia, quiçá na próxima eleição se não nos cortarem a cabeça e os mandatos por um deslize parco desses que cometemos em nome de nosso povo. Quanta injustiça nos faz esses arautos do exagero por causa de imagens nem sempre nítidas que apenas sugerem uma ideia e não um fato, ainda mais quando sabemos que nos dias atuais as montagens televisivas são bastantes comuns e corriqueiras. Desse modo, entenda, ó senhor, que nem sempre o que vemos condiz exatamente com a realidade.
Que diremos a nossos familiares? Se uma lágrima de arruda nos escapa pelo canto borrado dos olhos, logo um especialista desses engraçadinhos num trocadilho infame vai dizer que é de jacaré, quando em verdade é do DEM de Brasília, como também já o foi de Minas, de São Paulo e até do Planalto. Portanto, pai-nosso que não estás no céu, mas no meio de nós, não nos olhai com a indiferença celestial, apenas nos conceda o perdão hipotético para os nossos atos. Se assim o fizeres, toda a gente também o fará, e nós faremos o possível para não cair novamente em tentação.
Mas livrai-nos do mal. Amém!

5 de dezembro de 2009 às 10:17

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