MARCO AURÉLIO: MACHISTA, RACISTA E COM AVERSÃO AO POBRE
Marco Aurélio, chargista do jornal Zero Hora, é um clássico exemplo de como uma pessoa pode ser sem graça. Fosse um ator, Marco Aurélio certamente teria seu lugar em programas como Zorra Total, digno de seu "talento" humorístico.Fosse somente o fato de Marco Aurélio exercer a profissão errada, eu não dispensaria uma única vírgula de meu tempo para tratar do assunto. Entretanto - e lamentavelmente - não é sua fraca capacidade humorística que faz com que eu escreva pela segunda vez sobre este senhor.
Algum tempo atrás publiquei um artigo sobre o machismo marcoaureliano entranhado em uma charge sobre a presidente Dilma Rousseff (O humor que traveste preconceitos). Não foi a primeira nem a última charge machista de Marco Aurélio - o homem é recorrente ao travestir seus preconceitos em piadas - e de maneira nada sutil ou disfarçada. Sua essência preconceituosa é posta em seu humor de maneira bastante explícita. Cada charge ou piada de Marco Aurélio expõe as entranhas mais profundas de seus preconceitos - e não de uma maneira expiatória, numa tentativa de expurgar e superar seus preconceitos, mas sim de maneira publicitária, como quem faz apologia à diminuição das mulheres, ao ódio racial e de classe.
Marco Aurélio volta a carga neste final de semana, na edição dominical de Zero Hora, lançando sobre nós mais uma carga de seu abjeto preconceito. A seguinte frase é publicada na generosa página inteira que o jornal concede às suas barbaridades: "Durante o Carnaval, acabam os assaltos no Rio. A maioria dos 'gatos' está nos tamborins das escolas".
O carnaval é uma festa de raiz popular e negra, uma festa entranhada nas favelas e bairros populares, não apenas no Rio de Janeiro, mas no Brasil inteiro. Marco Aurélio resume o preconceito que estigmatiza negros e pobres: são todos bandidos.
Ao manter o recorrente chargista em seu jornal, a RBS chancela suas posições machistas e racistas. Com isso, ambos tornam-se visceralmente co-responsáveis por tragédias de limpeza étnica e social que vez por outra irrompem em nosso meio. Quando um jovem como um daqueles que urinaram e picharam um morador de rua em Porto Alegre (A vergonha de Todos Nós) deparam-se com um forte incentivador à seus instintos desumanos. Para outras mentes doentias, pode servir perigosamente de estímulo miliciano: se os "gatos" estarão nos tamborins das escolas, porque não prestar um serviço social com uma bomba caseira?
Independente disso tudo, Marco Aurélio não escorregou numa piada mal colocada, infeliz. Não é o protagonista de um infeliz episódio do qual procurará esquecer e não repetir. Nada disso. Marco Aurélio é recorrente, gosta desse tipo de humor podre e, como todo chargista, assume uma posição militante em torno de algo. No caso do chargista de Zero Hora, sua militância é em prol de sedimentar suas idéias que não afastam-se muito de ideologias que enaltecem a superioridade de determinadas raças e classes sociais.
É lamentável que na terra de chargistas como Santiago, tenhamos que conviver com mediocridades perigosas e preconceituosas como Marco Aurélio.
2 comentários:
Mirgon, fazes uma análise franca e desprovida de carga sentimental, por isso legítima. Nossa sociedade precisa de cidadãos corajosos e atuantes como tu.
3 de maio de 2011 às 14:02A RBS ao publicar as ideias de Marco Aurélio dissemina o preconceito, o sectarismo e a intolerância.
Parabéns, Mirgon! Reverencio a atitude sensível e corajosa que lanças sobre o mundo!
Tu eu um petista de .. Porque não escreve sobre a politicagem do hospital conceição que logo após a posse do Pt na presidência transformou im exemplo de hospital, disputados por residentes, em uma sucata, um lixo. Escreva sobre as centenas de Cc petistas que enfiaram, tirando e humilhando médicos de grandes valores de seus cargos para por a escória do Pt, pessoas como você precisam de assuntos mais sérios para se preocupar do que com as chagréns da zh. Tudo volta, e deus lhe ajude se precisar de um hospital comandado pela máfia Pt.
7 de julho de 2014 às 03:58Postar um comentário